Nas eleições de 2014 o então governador Eduardo Campos optou para a sua sucessão por um nome que na ótica dele envelheceria a candidatura de Armando Monteiro, que era o virtual adversário do PSB naquele pleito, que acabou se consumando como candidato. A opção por Paulo Câmara estava sendo feita na esteira de uma tese defendida por ele próprio de apresentar o novo, mas evidentemente Eduardo estava amparado em pesquisas qualitativas que sinalizavam não só o desejo de continuidade como um nome que representasse uma nova forma de fazer política.
Nas eleições deste ano, o desejo pelo novo fica mais latente, uma vez que a população está saturada dos chamados políticos profissionais. Por este motivo o nome de Marília Arraes vem se constituindo na grande novidade do pleito. Marília é neta de Arraes, prima de Eduardo, petista, lulista e principalmente jovem, o que tem impulsionado seu projeto em todas as camadas sociais.
Com Paulo Câmara que ainda tem uma imagem jovem e Marília Arraes que tem representado a novidade neste pleito, não resta outro caminho para a oposição do que apresentar uma chapa jovem para o pleito. O nome do deputado federal Fernando Filho, que teve uma exitosa passagem pelo ministério de Minas e Energia, para o governo de Pernambuco poderia significar um nome novo em relação a Armando, FBC e o próprio Mendonça Filho, e teria a garantia do empenho do senador Fernando Bezerra Coelho para o projeto oposicionista.
Para contrabalancear a chapa, a oposição poderia indicar o deputado estadual Silvio Costa Filho, que é um nome metropolitano, está no terceiro mandato na Alepe, e assim como Fernando Filho possui uma imagem jovem para vender ao eleitor. Para o Senado, como o cargo requer uma maior experiência, inclusive a idade mínima para a disputa é 35 anos, os nomes de Armando Monteiro e Mendonça Filho surgiriam como o complemento a um projeto jovem que estaria sendo apresentado pela oposição.
Evidentemente que essa chapa correria riscos, mas ainda que saísse derrotada por Paulo Câmara, a oposição estaria forjando dois nomes para pleitos majoritários com chances reais de vitória no pós-PSB. Na eventualidade de uma vitória, o que não estaria completamente descartada, haveria a quebra de um ciclo do PSB e o início de um projeto que poderia dar espaço a nomes como Priscila Krause, Daniel Coelho, Bruno Araújo e outras lideranças políticas que representariam uma renovação na política estadual.
Inferno – Em Brasília muitos parlamentares ficaram perplexos com o inferno astral que o PSDB está enfrentando. Diferentemente do PT que tem lastro social e um líder para apontar um caminho, que é o ex-presidente Lula, as principais lideranças tucanas seguem patinando desde que houve o impeachment de Dilma Rousseff. (Por Edmar Lyra)