Com a filiação da delegada Patrícia Domingos ao Podemos e sua automática entrada no processo eleitoral da prefeitura do Recife, o quadro na oposição mudou de forma significativa. Se havia o entendimento em torno de uma única candidatura, ele não existe mais, e a probabilidade é do lançamento de dois candidatos a prefeito.
Uma dessas candidaturas é naturalmente a de Patrícia, que por ora será apoiada somente pelo Podemos. O seu projeto seria apresentado como efetivamente uma outsider sem contar com a política tradicional. Já o segundo nome converge para ser o deputado federal Daniel Coelho, do Cidadania, que foi candidato a prefeito em 2012 e 2016.
Apesar de ser de um partido pequeno, Daniel ingressaria no jogo com o apoio do Cidadania, do Democratas, do PTB, do PL, do PSC e do PSDB, o que lhe daria pela primeira vez um significativo tempo de televisão e um palanque representativo, o que não aconteceu nas suas duas tentativas anteriores.
A convergência em torno de Daniel Coelho é dada como certa por ele ter densidade eleitoral no Recife, ainda que reduzida em relação a pleitos anteriores, e por ser bom de televisão e de debates, o que faz dele, na ótica oposicionista, um candidato competitivo. A expectativa é de que com Patrícia e Daniel a oposição possa chegar a um segundo turno com aquele que angariar mais apoio popular. A oposição entra no jogo sabendo que um dos dois irá murchar durante a eleição, mas espera que seja Patrícia pra que no segundo turno ela apoie Daniel, caso ele passe para uma segunda etapa. (Edmar Lyra)