Por Magno Martins – Não dá para entrar no emocional das torcidas e perder tempo com a tônica comparativa de quem fez a maior ou melhor convenção entre os candidatos a governador de Pernambuco no último fim de semana. Todas foram expressivas. A primeira, a da tucana Raquel Lyra, no sábado, acabou acima da expectativa em termos de público, embora com baixo grau de densidade emocional.
As de ontem, a começar pela de Anderson Ferreira (PL), pela manhã, seguidas pelas de Marília Arraes (Solidariedade) e Miguel Coelho (União Brasil), no meio da tarde, atraíram mais gente e passaram mais emoção. Por ter escolhido o maior espaço, o Classic Hall, Marília conseguiu impressionar por dois aspectos: modelo de convenções norte-americanas e um toque pela valorização da cultura pernambucana, abrindo espaço até para um patrimônio vivo de Pernambuco, a Lia de Itamaracá.
A de Anderson, além de gigante e animada, teve de tudo: banda de frevo, samba, canto evangélico, malabaristas, pernas de pau e até camarim para pintura de rosto. Teve, sobretudo, alegria e esperança, como definiu o postulante liberal. A grande surpresa foi a fala do presidente Bolsonaro, através de um vídeo.
Já Miguel, por sua vez, também lotou de canto a canto o Clube Internacional. Sua chegada foi emocionante, nos ombros de apoiadores. Calmo e sereno, dos candidatos foi o que melhor se apresentou, não apenas no discurso, mas falando das suas origens, da família, do orgulho da sua Petrolina e da sua disposição para mudar Pernambuco.
Filho do senador Fernando Bezerra, que disse, no seu discurso, que sonhou a vida inteira em governar Pernambuco, mas que nessas eleições estava disputando o cargo mais importante da sua vida, o de pai de governador, Miguel Coelho alinha um discurso envolvente para todas as ocasiões. No de ontem, além de emocionar, mandou um recado aos que buscam muletas na eleição.
“Pernambuco não precisa disso, precisa de alguém que faça gestão, que tenha coragem e leve o Estado a ser respeitado em Brasília, seja quem for o presidente”, assinalou. Se forem depender dos resultados de suas convenções, Marília, Anderson e Miguel deram, ontem, o primeiro tiro no alvo certo para a colheita eleitoral. Raquel também causou uma boa impressão, pecando no quesito ânimo entre os aliados.
Disputa e sapato – Marília fez um discurso inteligente quando disse que não estava disputando o apoio de Lula, mas trabalhando pela sua vitória. Ponto, ainda, por destacar que nunca foi de cair na tentação do sapato alto em política. É que alguns aliados já andam reclamando que havia mudado de postura em razão da boa performance que vem tendo nas pesquisas de intenção de voto para o Governo do Estado.