Opinião: Temos que barrar o avanço do fascismo

Por Jair Pereira*
Num de seus discursos mais brilhantes durante a segunda guerra, Churchill previu que “se a Inglaterra pudesse resistir a Hitler, toda a Europa poderia ser livre e a vida no planeta poderia seguir adiante para horizontes abertos e ensolarados. Se cairmos nele então, o mundo inteiro, incluindo tudo o que conhecemos, e do que gostamos, vai afundar no abismo de uma nova idade das trevas”, advertiu.
Alguns podem achar exagero esse cenário de terror vivido pela humanidade, há mais de 80 anos, ser transportado para o ambiente de disputa deste segundo turno das eleições no Brasil e em Pernambuco. Todavia, me arrisco a assegurar que não é. Há indícios claros nesta direção. 
Quando se vê forças de diferentes pensamentos de esquerda como PSOL, REDE, PSTU, PC do B, PCB, PV, PT e alguns setores ainda progressistas do PSB se juntarem ao Solidariedade, ao Avante, PSD, PROS,  sob a liderança política das candidaturas de Lula e Marília Arraes para barrar o avanço da extrema direita em Pernambuco, hoje representada nas candidaturas de Bolsonaro para presidente e Raquel Lyra para governadora, e das demais forças reacionárias que a esses dois se juntaram, é sinal de um novo embate entre o futuro e o retrocesso.
Lá, na segunda guerra, para vencer o inimigo e o mal maior na figura de Hitler, que avançava na ocupação de vários territórios europeus, o primeiro-ministro britânico Churchill também construiu uma aliança histórica com o exército russo, comandado por Stalin, seu adversário, para barrar a ascensão do ditador Alemão e seus asseclas. O avanço da candidatura de Jair Messias Bolsonaro registrado em todas as pesquisas eleitorais é um fato perigoso que não pode ser desconsiderado. 
A se confirmar essa tendência nas urnas, a relação entre votos em Pernambuco, a favor de Lula, pode fazer a diferença no resultado geral final. E essa é outra evidência. É preciso urgentemente desfazer e virar o voto mais sinistro, mais quinta coluna do já visto como o do “eleitor tanto faz” (aquele que vota em Lula, mas trai o campo democrático, progressista e popular votando em Raquel Lyra, do PSDB). 
Na prática, indiretamente, esse eleitor está ajudando a reforçar o palanque da extrema direita em Pernambuco, contribuindo para a eleição do presidente truculento e de sua ventríloqua delegada. A unidade política para barrar o avanço dos fascistas em Pernambuco passa, necessariamente, pelo voto casado Lula/Marília Arraes. 
Sem a menor dúvida é possível e provável cumprir o nosso dever, assim como fizeram os britânicos no passado, de tal forma que se essa resistência alcançar êxito no próximo dia 30, as pessoas possam, enfim, dizer: “Aquele foi o seu melhor momento”.
*Jornalista