Por Edmar Lyra – A disputa pela presidência do Senado chega na sua última semana sob forte expectativa de quem irá conquistar a maioria dos votos. O atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD/MG) tenta a reeleição, e tem como principal adversário o futuro senador Rogério Marinho (PL/RN), correndo por fora está o senador Eduardo Girão (Podemos/CE), que divide os votos de oposição a Pacheco e atrapalha mais a candidatura de Marinho.
Rodrigo Pacheco conta com a simpatia do Palácio do Planalto, uma vez que ele é forte aliado do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que por sua vez é um dos principais pilares de sustentação do governo Lula. A expectativa do governo é que a vitória de Pacheco possa contrabalançar a provável vitória de Arthur Lira na Câmara dos Deputados, que apesar de não ter a hostilidade do Planalto, esteve mais alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro do que o atual presidente do Senado, que elegeu-se com o apoio do ex-presidente mas depois distanciou-se do bolsonarismo quase que imediatamente após sua vitória.
O Senado sempre foi um problema para os governos de Lula, vide 2007 quando uma bancada composta por muitos adversários do presidente à época derrotou a manutenção da CPMF, o governo Dilma Rousseff também não teve muita facilidade no Senado, e isso se dá pela forte independência que um mandato de senador confere ao seu ocupante. Por isso, torna-se estratégico para o Palácio do Planalto que Rodrigo Pacheco seja reeleito, não só para ter um aliado de primeira hora, como também para evitar um político ligado ao ex-presidente no comando do Senado.