Por Pedro do Coutto
Os fatores citados no título, na minha opinião, são os únicos caminhos que podem levar à expansão do consumo, ao contrário do que setores do governo e economistas de visão conservadora têm colocado constantemente nos jornais e nas entrevistas na TV. Os conservadores tentam fazer crer que o consumo pode resultar de um passo de mágica, ou apenas de uma fita utópica retirada da cartola. Vou repetir a frase que disse em artigo recente: a mágica é o contrário da lógica.
O consumo reflete o bem-estar da população, mas também pode ser decorrente do endividamento de centenas de milhares de famílias. O que basicamente incentiva o consumo é a valorização dos salários dos que trabalham, sejam eles celetistas ou funcionários públicos. Entretanto, para isso, é indispensável que os salários não percam a corrida contra a inflação. Isso de um lado. De outro, o consumo pode subir se alimentado por uma maior tomada de créditos bancários. Aí resulta o endividamento, o qual, em muitos casos exige uma parceria com a irresponsabilidade.
JUROS ABUSIVOS – Basta ver os juros bancários que vigoram no país: 3% ao mês, o patamar mais baixo. A inflação deste ano, de acordo com o IBGE atingiu praticamente 3% a/a . 3% ao mês significam , calculando-se os montantes algo em torno de 42% ao longo de 12 meses. Não vale a pena citar as taxas cobradas pelos cartões de crédito e uso de cheques especiais que oscilam em torno de 300% a 500% ao ano para o cartão de crédito.
O problema dos salários repousa também no índice de desemprego, objeto de reportagem de Daiane Costa e Geralda Doca, O Globo desta quinta-feira. Se o desemprego é alto, logicamente a massa salarial é baixa.
Continua…