Por Magno Martins – Além de mulheres, Raquel Lyra e Marília Arraes, candidatas ao Governo de Pernambuco na disputa de segundo turno pelo PSDB e Solidariedade, têm muitas coisas em comum. São de famílias tradicionais da política (uma do interior e outra da capital), militantes históricas do PSB e advogadas.
Mas há uma diferença essencial: Raquel foi e continua a ser mimada pelo pai, João Lyra Neto, tendo montado sua carreira política com extremo apoio da família. Já Marília não tem pai político nem poderoso, enfrentou o primo, Eduardo Campos, que sempre bloqueou espaços. Ou seja, enquanto Raquel sempre teve facilidades familiares para ascender no poder, Marília encontrou imensas dificuldades.
Nesse contexto, Marília é muito mais “política”, cultiva enorme paciência em conversar, aceita opiniões divergentes, tem “jogo de cintura” e outras características que conferem à personalidade dela mais maleabilidade. Em contraste, Raquel é rígida, mais autoritária, inflexível, impositiva e dura, resultando num perfil bem menos “político” que sua adversária.
Na verdade, Raquel é muito mais preparada tecnicamente que Marília, porém carece de características essenciais para se tornar uma verdadeira líder. Ocorre que não se lidera de verdade sem ceder, flexibilizar, adaptar às circunstâncias. Por isso, Marília tem muito mais talento para liderar do que Raquel, porque tem natureza de composição, superação das diferenças, sem nutrir ressentimentos e mágoas.
Em todo caso, Pernambuco tem duas mulheres de coragem e força. E o povo certamente vai perceber e escolher aquela que se posicionar de maneira mais correta, inteligente e sagaz.
Candidata de Lula – Em entrevista ao radialista Francys Maia, de Serra Talhada, a senadora eleita Teresa Leitão reforçou seu apoio à Marília. “Todos sabem que o PT e Lula estão com Marília. Eu já sou senadora eleita e isso me dá responsabilidade suficiente para não ficar em cima do muro. É muito ruim uma candidata a governadora não ter posição, principalmente no momento de muita polarização, de incerteza para a democracia e em que as posições de Lula e Bolsonaro estão muito conflitantes e se confrontando”, afirmou.