Opinião: Raquel começa a construir base na Alepe

Por Magno Martins – Uma semana após participar da reunião da bancada federal de Pernambuco, em Brasília, a governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) promove, hoje, almoço em torno dos atuais e futuros deputados estaduais, num hotel, em Boa Viagem. Uma sinalização evidente de que quer construir, o mais breve possível, sua base de sustentação na Assembleia Legislativa.
Raquel concorreu ao Governo de Pernambuco, no primeiro turno, pelo PSDB e contou com apoio partidário apenas do Cidadania, partido em nível nacional liderado pelo ex-deputado Roberto Freire e no plano local por Daniel Coelho, tendo como destaque também a recém filiada Priscila Krause, eleita vice-governadora. Desse conjunto de forças, elegeu apenas três deputados estaduais – Izaías Régis, Álvaro Porto e Débora Almeida, todos do PSDB. 
Embora tenha atraído, no segundo turno, apoios de deputados eleitos pelos mais diversos partidos, inclusive PSB, no poder há 16 anos, a tucana precisa da paciência de Jó para montar uma base sólida no parlamento em busca de garantir a governabilidade. Mais do que isso, escolher alguém talhado e experiente para a Casa Civil, pasta responsável pela articulação política do Governo. 
Não é fácil. Depois de algumas experiências, Paulo Câmara penou até chegar ao nome de José Neto, hoje unanimidade entre os deputados na Alepe de auxiliar com perfil que deu certo no Governo que está chegando ao fim. Há quem aposte no nome da deputada estadual eleita Débora Almeida, filiada ao mesmo partido da governadora eleita. 
Ex-prefeita de São Bento do Una, a neo tucana circula bem no meio político, já integrou a diretoria da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco), entidade que agrega os prefeitos do Estado, e tem uma enorme capacidade de diálogo. 
A sinalização – É bom observar os personagens da transição ou fora do grupo que vão acompanhar e assessorar a governadora eleita, hoje, na reunião com os deputados estaduais. O que der mais pitaco no encontro, ao lado dela, pode ser o novo chefe da Casa Civil e, portanto, o personagem que fará a ponte entre o Palácio do Campo das Princesas e a Assembleia Legislativa. Isso, excluindo Priscila Krause, claro, a política mais próxima hoje a Raquel.