Por Magno Martins – Anderson Ferreira (PL), Raquel Lyra (PSDB) e Miguel Coelho (União Brasil). Qual desses três candidatos terá fôlego nessa largada oficial de campanha, que começa hoje, para se credenciar junto ao eleitor e enfrentar a líder de todas as pesquisas Marília Arraes (Solidariedade) num provável segundo turno?
É a pergunta que não quer calar e que já entrou no imaginário coletivo das apostas de quem acompanha passo a passo os rumos da campanha eleitoral.
O debate é observado desde a Liga de Dominó de Água Fria aos grupos de WhatsApp, o que leva um desafio aos comandos de campanha. Correndo por fora, num ambiente interno movediço, inseguro e bastante minado por fogo amigo, está o candidato da Frente Popular, Danilo Cabral (PSB).
Tem pela frente uma tarefa quase impossível, segundo a média de todas as pesquisas: sair da última posição entre os adversários mais competitivos e evitar o que se apresenta, no recorte atual, como risco real e imediato: sair dessas eleições menor do que entrou, acumulando no seu currículo (vitorioso diga-se de passagem) o crivo de uma derrota acachapante e histórica.
Nos bastidores da Frente Popular, fontes seguras indicam que já está no radar das principais lideranças a “estratégia Plano B”, que sugere uma resposta política alternativa, caso não haja uma efetiva reação do candidato nos próximos 15 dias. “Em política, numa batalha crucial como essa de 2022, insistir em um erro custe o que custar pode resultar numa catástrofe coletiva.
Temos que ter frieza para agirmos de forma racional e assim evitar um mal maior para todos, caso seja preciso”, confidenciou em reserva, um cacique do Conselho Político da Frente Popular, traduzindo o clima de baixo astral.
Como as pesquisas apontam o cenário totalmente aberto para a segunda colocação, essa disputa voto a voto entre Raquel, Anderson e Miguel vai exigir, nesta fase dos próximos 15 a 20 dias, ações mais táticas do que assumir correr riscos estratégicos que possam comprometer o desempenho assegurado até aqui. “Não dá para arriscar um ataque frontal contra Raquel, por exemplo. O efeito pode ser letal contra ela”, diz o mesmo cacique.
“O tiro pode sair pela culatra”, comentou, por sua vez, um dirigente aliado de Anderson Ferreira, considerando melhor opção “investir na associação com o presidente Bolsonaro e deixar a ação do embate direto para a reta final da campanha (última semana) como um elemento surpresa”. No entorno de Miguel Coelho a preocupação é com a apresentação dele fora do território do Sertão do São Francisco.
“A gente precisa construir alguns conceitos que posicionem Miguel além das fronteiras de Petrolina. Esse é o nosso desafio. Temos tempo de televisão, temos lideranças robustas no nosso palanque, com várias eleições nas costas, e a certeza que vamos crescer de forma sustentável até o dia 2”, disse um coordenador de Miguel.
Sem já ganhou – No Quartel General da campanha de Marília o clima é de que não há nada decidido. Ela tem comandado pessoalmente de perto o conjunto das ações de campanha para evitar o clima do já ganhou. “Nossos adversários são poderosos. Eles mesmo vivem arrotando que têm a máquina do Governo do Estado, da Prefeitura do Recife e de outras prefeituras e que vão acionar essa engrenagem de compra do voto. Nós só temos a força do povo. E vai ser com esse povo sofrido, mas guerreiro como Marília que nós vamos derrotar os poderosos”, disse um assessor da candidata.