O bloco oposicionista possui três grandes personagens: Raquel Lyra (PSDB), Miguel Coelho (União Brasil), Anderson Ferreira (PL). Todos os três são prefeitos com gestões bem avaliadas em suas cidades, mas com grandes desafios eleitorais fora delas.
Inicialmente, o plano da oposição seria lançar duas candidaturas apenas, a de Miguel e a de Raquel, que, provavelmente, teria Anderson como senador em sua chapa.
No entanto, o cenário pode mudar. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro disse que Anderson era um bom nome para o Governo de Pernambuco – o jaboatanense comanda o partido do presidente no Estado e desde a época de Câmara Federal nutre um bom relacionamento com Bolsonaro.
Tendo em vista isso, Anderson poderia ser o candidato bolsonarista, pois teria mais potencial de puxar voto da ala fiel ao presidente, algo que Miguel não teria tanta capacidade, especialmente depois que seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, rompeu com a base governista.
Anderson também não teria dificuldade de montar chapas proporcionais, já que o seu partido é um ponto de gravidade de candidatos bolsonaristas. Por sua vez, Raquel tem na montagem de chapas proporcionais um grande desafio a ser superado.
Já Miguel, apesar de ter no União Brasil um grande atrativo para montar as suas chapas proporcionais e estar avançando no número de prefeitos e outras lideranças no interior, precisa fortalecer a sua base na Região Metropolitana, local onde concentra o maior número de eleitores. Quanto a prefeita de Caruaru, mesmo se não puder contar no primeiro momento com Anderson, continua tendo ao seu lado Priscila Krause e Daniel Coelho, duas forças de peso na RMR.
Ao que parece, não resta dúvida de que três candidaturas pode ser um ótimo caminho para forçar um 2º turno contra o PSB. No entanto, tal estratégia pode prejudicar potenciais candidatos ao Senado, que, diferente da disputa pelo Governo, não têm a chance de disputar um segundo turno. O que favorece demais o candidato da Frente Popular ao posto.