Por Wellington Ribeiro/Blog Ponto de Vista – O novo encontro do senador Humberto Costa com o governador Paulo Câmara, ontem, em Palácio, não serviu apenas para o petista oficializar que não vai mesmo concorrer ao governo, como todo mundo na classe política já sabia. A reunião quis passar uma mensagem, a de que o PT de Pernambuco, leia-se o grupo de Humberto, vai esticar a corda para ficar com a vaga do Senado.
Com o movimento, Humberto quer duas coisas. Primeiro, assegurar para seu grupo um lugar importante na majoritária. Depois, garantir que a vaga ao Senado não fique com a deputada federal Marília Arraes, seu desafeto dentro da legenda, mas preferida pela nacional da sigla. Uma vez senadora, a neta de Arraes, avaliam os humbertistas, tomaria a hegemonia no PT concorrendo ao governo daqui a quatro anos.
Fontes ligadas ao governador informaram que Paulo não deve anunciar a chapa esta semana, como o prefeito do Recife, João Campos, havia dito. Em decorrência dessa disputa, Câmara ainda não conseguiu chegar a um denominador comum em relação a chapa. E essa questão do Senado só engrossa o caldo. O que vai fazê-lo protelar a definição.
Além do PT de Humberto, o PSD do deputado federal André de Paula quer a vaga de senador da Frente Popular. O que parecia estar definido com a indicação de André para o posto, voltou à fase das negociações com essa ofensiva do PT. Agora, Humberto e André vão travar uma briga pela indicação.
Um trunfo para André de Paula é o cenário nacional. Se o PSD declarar apoio ao ex-presidente Lula já no primeiro turno, como quer o petista, a indicação do deputado federal aqui em Pernambuco poderia entrar como moeda de troca. Há quem diga que, mesmo se isso não ocorrer, André poderia vir a ser o escolhido caso Lula acerte com o presidente nacional do PSB, Gilberto Kassab, um apoio do PSD no segundo turno. As costuras seguem…