Por Nill Júnior – Se os institutos e suas pesquisas na reta final estiverem certos, é a curva de evolução aparenta mostrar que sim, Pernambuco deve ter uma eleição fugindo de todos os prognósticos e da lógica do processo no restante do país.
Isso porque dos nomes lutando pelo segundo lugar na disputa, dois dos melhores posicionados não tem nenhuma identificação com o que se chama nacionalização da campanha.
Na pesquisa Ipec considerando só votos válidos, Raquel Lyra tem 17%, empatada com Miguel Coelho com os mesmos 17 pontos. O cenário é parecido na pesquisa Opinião, com Raquel e Miguel disputando a vaga no segundo turno com Marília Arraes.
Os dois nomes não tem um candidato competitivo para chamar de seu no plano nacional. O PSDB, partido de Raquel Lyra, apoia a emedebista Simone Tebet. Já o União Brasil de Miguel Coelho é o partido de Soraya Thronicke.
Só se pode deduzir que, em uma disputa tão equilibrada entre quatro nomes pela segunda rodada, a postura dos dois nos debates na TV e no rádio acabou fazendo a diferença. Não são poucos os que afirmam que os dois passaram mais segurança nos embates. Também souberam usar tempo de guia, estratégia nas redes sociais, elementos que, como num quebra cabeça, peça por peça montou o mosaico que os dá essa condição. No caso de Miguel, ele até acentuou a curva de crescimento nos últimos dias, o que o fez empatar com Raquel.
Mas também há de se apontar erros ou condições que afastaram um pouco Anderson e Danilo da disputa com os outros dois, o que não quer dizer que estão totalmente fora do jogo.
A campanha de Anderson acreditou que ele poderia se ausentar dos debates. Faltou aos últimos três, inclusive na Globo e o último, na TV Jornal. Com tanto equilíbrio, achar que só o alinhamento com Bolsonaro lhe colocaria no segundo turno pode ter sido seu grande erro.
Mais, Miguel Coelho pescou votos bolsonaristas, principalmente após divulgação de um card em que André Ferreira aparece com Lula e Teresa Leitão.
Mas não será surpresa, dado o equilíbrio, se ainda assim Anderson chegar lá.
E Danilo paga um preço pelo desgaste de material do PSB, da rejeição ao governo Paulo Câmara, de parte das lideranças socialistas que, envolvidas em embates regionais, não arregaçaram as mangas, da posição do PSB pelo impeachment explorada pela campanha de Marília, dentre outros fatores. Só vale o registro de que ainda resta o dia e ele pode surpreender com a “operação eleição” montada pelo PSB e seu staff.
Essa eleição é tão diferente que pôs por terra muitas análises, prognósticos, projeções. A ponto de ser impossível cravar uma definição antes da totalização dos votos. Vai ser com emoção.
Nas simulações de segundo turno do Ipec, Marília lidera em todos os cenários. Por ordem de equilíbrio, bateria Raquel por 50×33, Miguel por 52×29, Danilo por 53×24 e Anderson por 58×23. Registre-se, segundo turno é uma outra eleição.