Por Magno Martins – A não ser que ocorra uma reviravolta ao longo desta última e decisiva semana que antecede a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, o deputado Álvaro Porto (PSDB) está eleito presidente da Casa. Por baixo, se a votação fosse hoje, o tucano teria 35 votos, dez a mais do mínimo exigido pelo regimento interno.
Porto é do mesmo partido da governadora Raquel Lyra, mas isso não tem relação com a sua provável vitória. Até o momento, a gestora tucana não interferiu no processo interno da Casa, conforme prometeu. E, na opinião dos que conhecem o estilo e a forma dela de fazer política, também não vai meter a sua colher na reta final.
Nunca se viu uma eleição tão atípica na Assembleia. Entre os dois candidatos à Presidência, Álvaro Porto e Antônio Moraes (PP), se observa um silêncio sepulcral. Parece até que não medirão forças daqui a uma semana, exatamente no próximo dia 1, quando os novos deputados estaduais tomarão posse para o mandato de quatro anos.
O que se ouve nos bastidores do poder Legislativo e na sua rádio-corredor é que Porto será eleito não apenas pelos seus méritos e ter bom trânsito na Casa, mas, sobretudo, porque está em busca do voto desde que decidiu entrar no páreo, enquanto Moraes aguarda os votos caírem do Céu, ou, como se comenta também, que a governadora assuma para si a sua candidatura.
As chances disso se concretizar são próximas a zero, conforme atesta um disciplinado parlamentar que conhece o estilo de Raquel. Sendo assim, a esta altura, Moraes está rifado e assistirá, sem esboçar reação, a Porto ser eleito presidente com a ampla maioria dos 49 integrantes da Casa.