Opinião: Oposição joga errado

Por Magno Martins – A estratégia dos candidatos da oposição ao Governo do Estado, especialmente a tucana Raquel Lyra, em bombardear Marília Arraes (Solidariedade), que lidera todas as pesquisas, está equivocada. Marília já está com vaga garantida no segundo turno, mesmo que venha a sofrer ataques covardes do PSB, que mandou levantar um dossiê contra ela.
Raquel, Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (União Brasil) estão empatados em todos os levantamentos. A diferença de um para outro varia entre um a três pontos percentuais. Diante disso, o que se conclui: travar a guerra entre eles. Na campanha de 2018, Mendonça Filho errou ao bombardear João Campos.
O inimigo era Marília. Centrou fogo em João e esqueceu Marília, que tomou o seu lugar no segundo turno. Só para cego que não enxerga, a lógica é Raquel levantar os podres de Anderson, este bombardear Miguel e Miguel, por sua vez, tentar destruir os dois, porque a briga para ser o adversário de Marília no segundo turno está entre eles e não Danilo Cabral (PSB), que não reage nas pesquisas.
Há muito, Pernambuco não assistia a disputa tão diferente. Tudo porque o PSB, que detém o poder há 16 anos, não soube o que é ameaça de perda do poder. Isso pintou lá atrás, quando Eduardo Campos escolheu o sem sal Paulo Câmara, salvo pela morte num acidente de avião pelo seu padrinho. Não fosse a tragédia, Armando Monteiro teria encerrado o ciclo socialista no Estado.
Com 16 anos no poder, sendo os últimos oito anos desastrosos, não há mais discurso para o PSB sobreviver. Chegou a hora da mudança. Os ventos sopram nessa direção, mas é preciso que os postulantes da oposição em condições de empate nas pesquisas tenham discernimento de que o único alvo de bombardeio é o candidato do PSB e não Marília Arraes.
Telhado de vidro – Raquel Lyra é a que mais erra. Deu um tiro no pé, por exemplo, ao desafiar Marília para comparecer aos debates. Ora, esqueceu que tem telhado de vidro. Na disputa pela reeleição em Caruaru, em 2020, não compareceu a nenhum debate com os seus adversários porque, como Marília hoje, liderava todas as pesquisas de intenção de voto. Seu marqueteiro parece caolho.