Por Magno Martins – Na pesquisa Ipec, o ex-presidente Lula (PT) supera o presidente Jair Bolsonaro (PL) na grande maioria dos recortes feitos por perfil do eleitorado, como gênero, renda e religião. Dos 32 estratos separados e testados pelo levantamento, o chefe do Executivo só tem desempenho melhor que o petista em quatro.
Bolsonaro se sai melhor que Lula somente entre evangélicos (47% a 29%); entre quem tem renda familiar de 2 a 5 salários mínimos (41% a 32%); entre quem recebe mais de cinco salários mínimos (46% a 36%) e entre quem mora no Sul (39% a 36%). Vale registrar que, na separação de estratos, a margem de erro pode variar (já que muda também a base da amostragem).
No caso dos eleitores que moram no Sul, considerada a margem global da pesquisa, de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, o presidente e o ex-presidente estão no limite do empate técnico, apesar de Bolsonaro ter vantagem numérica de três pontos. Ambos empatam entre quem tem ensino superior (Lula: 36%; Bolsonaro: 35%); na faixa etária de 35 a 44 anos (Lula: 39%; Bolsonaro: 38%); e entre pessoas que se declaram brancas (Lula: 39%; Bolsonaro: 35%).
Exceto os recortes citados, o candidato do PT vence em todos os outros perfis. A leitura dos 32 estratos se dá no âmbito da pesquisa estimulada (quando é oferecida ao entrevistado uma lista com o nome dos candidatos) dentro dos diferentes perfis dos eleitores no que diz respeito a sexo, idade, raça/cor, escolaridade, renda familiar, religião, porte do município (número de habitantes), condição do munícipio (capital, interior ou periferia), região e benefícios do governo federal (se recebe).
No cenário amplo, Lula tem 44% das intenções de voto, ante 32% de Bolsonaro. Ciro Gomes (PDT) tem 6% e Simone Tebet (MDB) tem 2%. Vera Lúcia (PSTU) tem 1%. Eymael (DC), Felipe D’Ávila (Novo), Léo Péricles (UP), Pablo Marçal (PROS), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (União) não pontuaram.
Contratada pela TV Globo, a pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 14 de agosto e entrevistou 2.000 eleitores presencialmente. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-03980/2022. A margem de erro é de 2 pontos.
Bem contra o mal – No primeiro dia oficial da corrida pelo Palácio do Planalto, ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a chamar a eleição de “luta do bem contra o mal”. Durante encontro com lideranças religiosas em Juiz de Fora (MG), onde levou uma facada em 2018, o chefe do Executivo também criticou o que chamou de “fechamento de igrejas” na pandemia de covid-19, que exigia isolamento social para evitar o contágio.