Você já parou para refletir o quanto temos medo de sermos felizes?
Já se deparou com aquele momento em que você ri a vontade e depois para e diz:
“- Acho que amanhã vou ter muita raiva porque estou rindo demais”.
Pois é, nossa pequenez, nosso atraso nos leva à acreditar que a vida é estática, ou seja, ou somos só felizes ou só tristes.
Esquecemos que a vida é uma roda gigante, em determinados momentos estamos na cadeira de baixo e de repente estamos na cadeira mais alta.
O lance da parada é aproveitar as diferentes visões de cada momento, aprender sempre, ensinar aos que ainda não aprenderam, até porque é nosso compromisso enquanto cristãos.
Graças a um dos meus escritores preferidos recentemente: CLÓVIS DE BARROS FILHO, aprendi que:
Devemos aproveitar os momento presente, assim como todo sofrimento é transitório, as alegrias também não se repetem.
Nesse instante viajo ao passado e agora entendo porque sempre convidava meu velho pai para irmos visitar o Gabié (Sítio onde nossos antepassados viveram e criaram nossos pais), propriedade que hoje pertence ao nosso amigo e irmão Otaviano Batista e sempre que fazia esse convite sr. Benízio de Cajú respondia:
* Vou não meu filho, nunca mais volto lá no Gabié.
Confesso que não entendia, e vivia me questionando:
Por que será que pai não quer voltar lá?
Será que é medo de se emocionar?
Será que é saudade?
Não nobres leitores.
Meu pai, um caminhoneiro de ensino fundamental Incompleto, ensinava-me a mais pura lição do clássico filósofo Heráclito de Éfeso que diz:
“Ninguém entra no mesmo rio uma segunda vez, pois quando isto acontece já não se é mais o mesmo. Assim como as águas que já serão outras.”
Dentro de suas limitações meu Pai me ensinou o que só agora entendi:
“Ele por ter vivido momentos marcantes de sua vida no Gabié, onde nasceu, cresceu e tornou-se homem continuava guardando para si a imagem nostálgica de sua infância.”
Nada contra as reformas por nosso amigo e irmão Otaviano Batista, pelo contrário se abrimos a boca é por obrigação sair apenas elogios, o Gabié nunca esteve tão lindo, tão bem tratado.
Mas sabe aqueles momentos únicos, o cheiro do nosso povo?
Aquela mancha de suor na parede herança de toda vez que a burra chegava da vargem com capim e o vaqueiro bravamente jogava a cangalha no chão e o suor do lombo da nossa burrinha que enquanto isso se deliciava com uma vasilha de milho, respingava na parede.
Aquela “tirna” do candeeiro, fruto das noites de estudo quando eu fazia minhas tarefas da escola.
As cadeiras de madeira do terraço onde eu sentava com meu velho pai e de tanto ouvir as preces das 18h da Rádio Jornal acabei decorando.
Quantas saudades.
Ontem (15/01) evitei lembrar que completam 06 meses da partida do meu velho pai para a verdadeira vida, mas é impossível.
Embora as lágrimas atrapalham o digitar desse texto, aqui dentro meu peito não tem lugar para tristeza, mas sim uma gratidão enorme por Deus ter me agraciado pelo pai que tive.
Sinto você sempre perto de mim.
Vez ou outra relembro as lições que você me deu, parece combinado com o pessoal daí de cima a potencialização do amor que compartilhamos nos últimos anos de sua vida.
Como serei eternamente grato meu pai!
Honrarei o seu nome, foi o maior presente que o senhor e minha mãe me deram.
Prepara o terreno aí em cima velho Bena, em breve nos reencontraremos.
E mais uma vez obrigado pela lição de hoje, que cá pra nós o dr Clóvis Barros Filho com toda cátedra apenas endossou o que o senhor já tinha me ensinado.
O Véi Bena era rochedo!
Viva sr Benízio e Dona Rilda!
Viva a vida!
Viva o ineditismo!
Viva o Gabié!
Viva o dr Clóvis de Barros Filho!
Viva a filosofia!
Viva Deus!
João Alfredo(PE), 16/01/19
Benízio Elias Filho – Duy