Por Magno Martins – Um dos quadros da nova geração mais promissores do Estado, com a marca de gestor por excelência – saiu da Prefeitura de Petrolina com mais de 90% de aprovação – Miguel Coelho (UB) tem credenciais para entrar na disputa pela Prefeitura do Recife nas eleições do ano que vem, mas não é isso que está no radar do seu grupo político.
Seu pai, o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, que lidera o grupo, enxerga outro cenário: sua volta ao Senado ou o próprio filho, nas eleições de 2026. Tudo vai depender das montagens das alianças na própria eleição do Recife, cujo favorito é o prefeito João Campos (PSB), segundo as primeiras pesquisas já divulgadas. FBC, como é mais conhecido, está tomando a maçaranduba do tempo, como diria Ney Maranhão.
Sua presença na chapa ou a de Miguel na corrida para o Senado está no radar de uma negociação com o PSB. São duas vagas em disputa nas eleições de 26, uma pode ser oferecida a FBC por João, se este for reeleito prefeito e topar disputar o Governo do Estado. Política não tem lógica nem é uma ciência exata, mas tem suas leituras futuristas.
FBC continua filiado ao MDB, Miguel ao União Brasil. Com Jarbas afastado do cenário estadual e Raul Henry sem mandato, a tendência natural é o grupo de Fernando Bezerra controlar o MDB. Ocorrendo isso, e um alinhamento automático ao projeto da reeleição de João, pai e filho, seja quem for, teria o caminho pavimentado para disputar uma das vagas ao Senado na chapa de João.
O grupo Coelho não tem a menor dificuldade de voltar a se aliar ao PSB, porque FBC já militou por muito tempo na aliança socialista. Outro detalhe: Miguel está livre, leve e solto, porque ficou de fora da gestão de Raquel Lyra e isso abre portas para qualquer negociação envolvendo Recife, em 2024, e o Estado, em 2026.
Mesmo se viesse a disputar a Prefeitura do Recife, o que não é o caso, Miguel Coelho teria que, de imediato, começar a procurar um partido, porque o União Brasil, ao qual continua filiado, foi um problemão para ele em 2022, quando tentou o Palácio das Princesas. Presidente nacional da legenda, o deputado Luciano Bivar criou tantas dificuldades para Miguel que, momentos antes do dia da convenção, ameaçou não realizar. Uma crise tão séria que tirou Miguel do prumo.