Opinião: O peso da caneta do TCE em disputa na Alepe

Por Edmar LyraA conselheira Teresa Duere deixará o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco de maneira compulsória em julho por estar completando 75 anos de idade. Com a sua aposentadoria, já foi deflagrada a disputa pela cadeira da única mulher que compõe aquela corte de contas. O TCE tem sido motivo de muita cobiça para políticos, uma vez que é um órgão auxiliar do legislativo e possui praticamente o mesmo duodécimo da Alepe. A diferença é que na Casa de Joaquim Nabuco são 49 deputados estaduais que de quatro em quatro anos têm que disputar eleições, enquanto na corte de contas, os cargos são vitalícios e são apenas sete conselheiros.
A vaga em disputa é de origem da Alepe, uma vez que a constituição do TCE é feita por quatro indicações do legislativo e três do executivo. Portanto caberá aos deputados estaduais a escolha do substituto ou substituta de Teresa, que encerrará sua passagem pelo TCE de forma brilhante, fazendo história naquela corte como alguém que zela pelo dinheiro público e busca a boa gestão dos recursos oriundos dos impostos pagos pelo contribuinte.
A um conselheiro do TCE, especialmente aquele que é oriundo da Alepe e detém mandato eletivo, é conferido muito prestígio e poder político, pois qualquer decisão tomada por um dos sete integrantes poderá ter efeito direto na vida pública de algum político. Por isso ser conselheiro é um desejo de muitos políticos, que veem na ida para o TCE a oportunidade de permanecer na vida pública mantendo prestígio por décadas e sem os riscos e ônus dos custosos processos eleitorais de quatro em quatro anos.
Além da vaga de Teresa, o TCE poderá ter a antecipação da aposentadoria do também conselheiro Carlos Porto, igualmente indicado pela Alepe. Com isso, o advogado Eduardo Lyra Porto poderá entrar na disputa para suceder Carlos na corte de contas. Então a Casa de Joaquim Nabuco poderá se debruçar em julho para indicar dois nomes para o TCE. Entre os deputados estaduais, Débora Almeida (PSDB), Kaio Maniçoba (PP), Joaquim Lira (PV) e Rodrigo Novaes (PSB) seguem em busca de votos pela vaga, o deputado federal Guilherme Uchoa Junior (PSB) também tenta convencer os integrantes da sua antiga casa a escolhê-lo para o TCE. O fato é que a disputa promete fortes emoções.