Por Edmar Lyra – No último domingo, os brasileiros escolheram pela terceira vez na democracia Lula para ocupar a presidência da República. A construção do projeto vitorioso de Lula, que pôs fim ao governo Jair Bolsonaro teve forte participação de Geraldo Alckmin, eleito vice-presidente. Alckmin governou São Paulo por quatro ocasiões e disputou a presidência da República por duas vezes, uma contra Lula, outra contra Bolsonaro, sendo derrotado nas duas oportunidades.
Prestes a completar 70 anos de idade, Geraldo Alckmin sempre foi um político conhecido como conciliador e capaz de apresentar soluções nas funções que ocupou. Agora como vice-presidente eleito, Alckmin que também foi vice-governador de Mário Covas e ascendeu ao Palácio dos Bandeirantes, poderá ter uma função estratégica para apaziguar os ânimos, construir pontes e ajudar o presidente Lula a governar o Brasil.
O presidente eleito incumbiu Geraldo Alckmin de ser o coordenador da transição junto ao Palácio do Planalto. Será de Alckmin a função de tomar pé das ações implementadas pelo governo Bolsonaro e consequentemente esquadrinhar o novo governo que se iniciará em janeiro do próximo ano. Aos 77 anos, Lula terá muito mais uma missão de chefe de estado do que necessariamente de governo, cabendo a Geraldo Alckmin, muito provavelmente, uma função informal de primeiro-ministro, responsável pela interlocução do governo com diversos setores.
Na condição de vice-presidente eleito e sob a perspectiva de Lula de não disputar a reeleição, o papel de Alckmin no governo poderá fazer dele mais do que um companheiro de chapa, na verdade ser o grande executor das ações do governo. Esse papel de Alckmin será, indubitavelmente, fundamental para apaziguar as tensões, dialogar com diversos setores da sociedade e garantir a governabilidade necessária para Lula, que tem pela frente um Congresso mais alinhado com a direita e que exigirá um governo mais ao centro do que todas as outras quatro gestões que o PT realizou na presidência da República.