Por Magno Martins – Um dado curioso neste pré-cenário eleitoral chama atenção em Pernambuco: antes do jogo começar, as oposições estavam unidas e o frentão do PSB desunido. Agora, a situação se inverte: a oposição em completa desunião e o governismo se unindo cada vez mais. Isso não tem nenhuma racionalidade.
A oposição já parte de uma meia derrota ao conceber que o governismo tem um lugar assegurado no segundo turno. Mas, na verdade, o Coronel Danulo, mesmo com todo aparato da máquina e maior frente de partidos, pode não chegar ao segundo turno. Basta a oposição se comportar com inteligência, o mínimo de pragmatismo e sensatez.
Ninguém que conheça um mínimo de estratégia política pode conceber o discurso raivoso da pré-candidata tucana ao Governo do Estado, Raquel Lyra, no ato de sábado passado, dando estocadas em Marília Arraes, mesmo que tenha falado mal da sua antiga turma do PSB. Ora, esse ataque de Raquel não faz nenhum sentido.
Tanto ela quanto Anderson, Miguel e Marília, e até o PSOL-Rede, devem selar um pacto de não agressão e todos centrarem o fogo unicamente no Coronel Danulo. Se acertasse o alvo, não agindo com o fígado, Raquel contribuiria para anular o real adversário. Desgastado por bombardeios comuns dos quatro oposicionistas, Danulo teria dificuldades para decolar, ficando fora do segundo turno, o mais ideal de todos os cenários.
Dois da oposição no segundo turno? Isso é possível sim, mas o ego dos candidatos oposicionistas tem que ser controlado. Num eventual segundo turno entre dois do campo da oposição, aí, sim, o bombardeio seria lógico e mais que necessário. Enquanto isso, a oposição precisa se unir novamente e fazer um plano conjunto de campanha bem planejado.
Com um único objetivo: tornarem-se parceiros involuntários para impedir mais uma vitória do PSB, há 16 anos no poder maltratando a gente pernambucana. Em especial, há que se preparar um monitoramento dos crimes eleitorais que o governismo já vem praticando, sobretudo nas redes sociais.
Esse monitoramento, no lugar das brigas e insultos, seria essencial durante toda a campanha, sobretudo diante do absurdo abuso do poder econômico e uso da máquina pública praticados rotineiramente pelo governismo que domina Pernambuco.
Raquel, Marília, Anderson e Miguel que despertem para o óbvio ululante: o inimigo comum é o PSB. Guerrear neste momento, centrando fogo na mesma seara oposicionista, sem ter como único alvo o candidato governista, é burrice. Pode criar feridas sem que possam ser cicatrizadas mais na frente, na discussão da unidade no segundo turno.