Por Edmar Lyra – O segundo turno da disputa pelo governo de Pernambuco coloca frente a frente duas mulheres oriundas de famílias tradicionais da política pernambucana, com ex-ministros e ex-governadores que antecederam tanto Raquel Lyra quanto Marília Arraes e obtiveram destaque em sua trajetória. Ambas têm em comum o fato de terem sido forjadas no PSB e pelas mãos de Eduardo Campos terem iniciado sua trajetória política.
A próxima governadora eleita no dia 30 terá o desafio de estabelecer um diálogo harmonioso e cordial com os 25 deputados federais eleitos, os 49 deputados estaduais eleitos, bem como os 184 prefeitos. Para isso será de fundamental importância a escolha de alguém capacitado para ocupar a secretaria da Casa Civil, responsável pela relação direta do Palácio do Campo das Princesas com os poderes constituídos. Nenhuma candidata tem, por ora, o nome natural para o posto, mas o perfil de quem ocupará a função pode ser visto pelo atual secretário da Casa Civil do governador Paulo Câmara, José Francisco Neto, que teve um papel imprescindível para aparar qualquer tipo de aresta do governo e estabelecer um diálogo franco, efetivo e coerente com os demais poderes constituídos, tornando-se uma unanimidade dentro do atual governo.
Mas esse não é o único fator, a governadora eleita de Pernambuco no próximo dia 30 não poderá se dar ao luxo de fazer oposição do Palácio do Planalto, seja quem for o ocupante eleito, o atual presidente Jair Bolsonaro, ou o ex-presidente Lula, Pernambuco não poderá seguir em divergência frontal ao ocupante do governo central como aconteceu nos governos Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. Pernambuco é um estado que precisa dos aportes do governo federal, e por isso tanto Marília Arraes quanto Raquel Lyra precisarão estabelecer um diálogo respeitoso, harmônico e cordial com o presidente da República. Quem terá as melhores condições de fazê-lo independente do presidente eleito será um diferencial para que o povo de Pernambuco possa fazer a sua escolha.