Por Magno Martins– A equipe de transição da governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) revela que já entregou 35 ofícios ao secretário da Casa Civil do Governo de Pernambuco, José Neto, pedindo informações, mas não revela o conteúdo, especialmente o que deseja saber. O número é grande, mas a principal demanda do futuro governo deve ser no campo da situação financeira do Estado.
Neste aspecto, Raquel vai encontrar um quadro muito melhor do que recebeu Paulo Câmara (PSB) do seu antecessor e padrinho político Eduardo Campos. Segundo levantei junto à Secretaria da Fazenda Estadual, o governador vai deixar para a tucana R$ 3 bilhões em conta e mais R$ 3,4 bilhões em empréstimos pré-autorizados.
Quanto ao endividamento estadual, o nó de todos os Estados, é de apenas 21% da Receita Corrente Líquida (RCL), o menor patamar da história de Pernambuco. Já as despesas com pessoal, diferente de tantos Estados estrangulados, já penalizados pela Lei de Responsabilidade Fiscal, equivale a apenas 39% da RCL quando o limite pela mesma LRF é de 49%.
Trocando em miúdos, Raquel vai nadar de braçada quando sentar na cadeira em que Paulo Câmara despacha hoje. Dos Estados nordestinos, Pernambuco, segundo essa mesma fonte da Secretaria da Fazenda, é o mais equilibrado, porque foi gerido, nos últimos oito anos, por um técnico, descoberto e eleito por Eduardo Campos, especialista em controle fiscal.