Por Juliana Albuquerque e Ítala Alves/Blog do Magno – Quando deixou o Governo de Pernambuco, em abril de 2014, para disputar a presidência da República, o então governador Eduardo Campos tinha 58% de aprovação, segundo a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Ibope, divulgada quatro meses antes.
Esta semana, uma nova pesquisa, desta vez do Instituto Paraná, consolida o seu filho e prefeito do Recife, João Campos (PSB), como o dono legítimo do legado político de Eduardo. Com apenas 29 anos, o mais jovem prefeito de uma capital brasileira é detentor de uma aprovação de 66,3%.
O alto grau de satisfação popular após três anos de governo praticamente valida o nome de João como candidato à reeleição nas eleições do próximo ano. Contudo, coloca uma interrogação sobre 2026, quando ocorre a disputa para o Governo do Estado, que deve ser o objetivo natural do prefeito do Recife. Nessa seara, a aliança PT-PSB pode se tornar uma pedra no caminho.
Afinal, se João for reeleito no Recife e desejar disputar o Governo de Pernambuco em 2026, precisará negociar o apoio do PT e do presidente Lula e aceitar a indicação do partido para o cargo de vice-prefeito na sua chapa para a reeleição.
Caso esse cenário se confirme, pode minar qualquer chance de o PSB assumir novamente um cargo à frente da PCR em 2028. No lugar de um nome da sigla socialista, a disputa tende a ficar restrita aos nomes do próprio PT e de partidos como o PL, Rede ou PP.
Nos bastidores, os partidos já atuam pensando não apenas nos nomes que vão concorrer com João nas eleições de 2024, mas na lacuna que pode se abrir caso o nome do prefeito do Recife venha a se confirmar como candidato ao Governo do Estado em 2026.
Na disputa – Só a partir do próximo ano que serão, de fato, confirmados os nomes dos candidatos que devem disputar com João Campos a preferência do eleitorado recifense. Mas muito provavelmente Gilson Machado deve entrar na briga pelo PL, Túlio Gadêlha, pela Rede, e Clarissa Tércio, pelo PP. Na coligação PSDB-Cidadania, que integra o governo de Raquel Lyra (PSDB), até o momento não há nada definido. A especulação, caso Raquel resolva indicar alguém para a disputa na capital, está entre os nomes do ex-deputado Daniel Coelho ou de sua vice, Priscila Krause, ambos do Cidadania.
Teresa para a PCR – Caso a aliança entre PSB-PT não se confirme nas eleições do próximo ano, resta ao PT lançar um candidato próprio, embora não conte, hoje, com um quadro forte à altura para concorrer no pleito municipal. O nome da senadora Teresa Leitão (PT) pode ser cogitado para a missão. Resta saber, porém, se a primeira senadora mulher por Pernambuco estaria disposta a gastar seu capital político em uma disputa com João Campos (PSB), que está com reeleição praticamente garantida até momento. A conferir.