Por Edmar Lyra – O que parecia ser algo definitivo, a federação entre União Brasil e PP perdeu as condições de avançar por divergências entre os dirigentes dos dois partidos. As legendas juntas formariam o maior bloco partidário do país com 106 deputados federais. Pesou contra a federação o fato de serem dois partidos grandes e as dúvidas quanto a convivência entre dirigentes das duas legendas.
O ditado gato escaldado tem medo d’água fria pesou em relação ao deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil. Ele era presidente do PSL, deu legenda a Jair Bolsonaro e seu partido tornou-se um dos maiores do Brasil em 2018, com vistas a 2022, a avaliação era de que o PSL não repetiria o feito de quatro anos antes, mas tinha totais condições de eleger pelo menos trinta deputados federais, tornando-se uma legenda média no Congresso Nacional, porém avançou o entendimento com o Democratas, que corria sérios riscos de sequer ultrapassar a cláusula de barreira.
O resultado da fusão foi positivo, porém trouxe algumas dores de cabeça para o partido tanto nacionalmente quanto nos âmbitos locais espalhados por todo o país, então um novo casamento com uma legenda igualmente forte e tarimbada como o PP poderia comprometer o bom funcionamento do União Brasil, que hoje é um dos pilares da governabilidade do presidente Lula.
Com o desfecho, cada partido seguirá seu caminho, o que evidencia que o objetivo de uma federação só cumpre bem o seu papel quando é formada por legendas menores que corriam o risco de não atingir a cláusula de barreira, a exemplo de PSOL e Rede Sustentabilidade, e de legendas que sumiriam do mapa mas tinham afinidade ideológica com uma maior, a exemplo de PV e PCdoB com o PT e Cidadania com o PSDB.