Por Mano Martins – O novo levantamento do Instituto Opinião chega como uma ducha fria no pré-candidato do PSB a governador, Danilo Cabral. Ratifica que tende, verdadeiramente, a não decolar. Ao invés de crescer, quatro meses após ser confirmado pela Frente Popular, cai. Em maio, tinha 5%. Agora, aparece com 4,5%.
A péssima performance pode criar uma situação de mais instabilidade ainda na sua campanha. Não será surpresa se a partir de hoje, a Frente Popular começar a cogitar a possibilidade da troca do candidato. Já que o secretário da Casa Civil, José Neto, não se afastou do cargo em abril, só restaria, teoricamente, a alternativa Tadeu Alencar.
O problema é que Tadeu é parte dos Campos. Seu filho é casado com a filha da viúva Renata Campos. E como já há uma rejeição muito grande à concentração de poder pela família, a opção Tadeu se traduziria na perpetuação de uma dinastia, o que, segundo pesquisas internas do Palácio, seria uma temeridade.
Danilo já apelou para tudo. Seu discurso é um samba de uma nota só querendo pegar carona na popularidade do ex-presidente Lula, mas pelos números do Opinião quem está captando esse eleitorado lulista ou petista é Marília, em razão da sua militância de esquerda e seus laços com o próprio Lula.
O fato é que Danilo já está há 120 dias em campanha, tem o maior número de prefeitos aliados, um exército de vereadores e lideranças, mas não decola. Desde que seu nome foi confirmado não passa da casa dos 5%, não apenas nos levantamentos do Opinião, mas dos mais diversos institutos até o momento divulgados.
Fraca na própria região – Raquel Lyra também não consegue avançar. Marília tem mais de o dobro das intenções de voto em relação a ela, que estancou entre 11% e 12%. A tucana não consegue largar forte nem mesmo da sua região, o Agreste. Ali, tem apenas 28% das intenções de voto. Isso se traduz numa grande fragilidade, porque era para sair em disparada, como se dá com o pré-candidato do União Brasil, Miguel Coelho, em sua região, no São Francisco.
A força de Miguel – Diferente de Raquel, Miguel Coelho parte com um altíssimo percentual de intenção de voto no São Francisco, região em que está localizada a sua Petrolina, que administrou por cinco anos e meio. Segundo o Opinião, a largada de Miguel em sua região tem o apoio de 65% dos seus eleitores, mais de o dobro dos eleitores do Agreste e que conhecem Raquel.
Zero intenção de voto – Danilo Cabral não decola, garante um especialista em eleição. E tem razão. É, dentre todos os candidatos o que pontuou zero de intenção de voto numa região – o Vale do São Francisco. E olha que o socialista é um político do Interior, saído na sua Surubim e como secretário de Educação e Cidades esteve muito presente nos municípios banhados pelo Rio São Francisco.