Opinião: Danilo Cabral fora da disputa final

Por Magno Martins – Faltando apenas 15 dias para as eleições, o candidato do PSB a governador de Pernambuco, Danilo Cabral, continua na mesma posição anterior quando foi lançado em termos percentuais nas pesquisas do Instituto Opinião, que faz levantamentos exclusivos para este blog. Começou com 5% e está com 7%, ou seja, cresceu dentro da margem de erro em seis meses de campanha.
Se não reagiu em 150 dias de campanha, como conseguirá em 15 dias? Na prática, não seria precipitado arriscar que o socialista está fora do segundo turno. Aliás, Marília Arraes (Solidariedade), que lidera com folga, não sabe ainda, a esta altura do jogo sucessório, quem será seu adversário na disputa final, em 30 de outubro, porque os mais competitivos – Raquel, Anderson e Miguel, aparecem empatados tecnicamente.
Embora numericamente esteja à frente, com 14,7%, Raquel aparece com apenas três pontos na frente de Anderson e um a mais na de Miguel. Anderson e Miguel, na verdade, estão praticamente iguais, separados por apenas 1,2 pontos, o que revela um cenário de incertezas hoje. Marília torce para um cenário tendo como adversário Anderson, por causa dos baixos índices de intenção de voto do bolsonarismo no Estado.
Raquel e Miguel, na avaliação de cientistas políticos, seriam adversários mais competitivos, porque poderiam atrair com mais facilidade o eleitorado do PSB, mesmo sem a adesão das suas lideranças por um motivo ou outro. Mas o fato, com relação especificamente a Danilo, é que sua aposta em Lula como cabo eleitoral não deu resultado algum, nem também a estratégia de ressuscitar Eduardo Campos.
Lula não surtiu efeito por vários fatores. Ao que parece, o eleitor petista ou lulista está votando na chapa Lula presidente, Marília governadora e Teresa senadora, porque não identifica Danilo com suas bandeiras, mas com a continuidade de um governo desastroso, o de Paulo Câmara, que beira a 75% de rejeição.  
Fator Priscila – Já Raquel Lyra está se mantendo, numericamente, em segundo lugar por um simples motivo: Priscila Krause, como candidata a vice, que fez a tucana pular de 6% para 12% na Região Metropolitana em 30 dias, o que não deixa de ser impactante ao mesmo tempo em que revela a força que a deputada, uma das melhores da oposição, tem principalmente no Recife. 
A onda Marília – A onda Marília, de acordo com o levantamento do Opinião, não se resume apenas ao primeiro turno da eleição para governador. No segundo turno, ela dá de lambada em todos os adversários, sendo Raquel a mais competitiva, mesmo assim com uma vantagem muito grande para a representante do Solidariedade: 51% a 27%. Em relação aos demais – Anderson e Miguel – a distância é maior: de 55% a 22%. 
Miguel na frente – Dos candidatos que estão na briga pelo segundo turno, o que parte mais forte de sua região é Miguel Coelho, do União Brasil. Se as eleições fossem hoje, ele teria 63% dos votos no São Francisco. Já Raquel Lyra, com base no Agreste, teria 27%, enquanto Anderson Ferreira alcançaria 16% na Região Metropolitana, onde é mais conhecido por ter governado o município de Jaboatão. 
PE marilhou – Marília está tão forte que no São Francisco, reduto de Miguel Coelho, aparece com quase 20% e no Sertão em geral chega a 47%, quase 50%, enquanto o candidato do União Brasil, na mesma região, aparece com 13%. Na Zona da Mata, a candidata do Solidariedade chega a ter um ponto a mais do que na Região Metropolitana, em razão do histórico arraesista. 
Ainda não colou – Pelo menos até agora, o voto bolsonarista não está sendo agregado ao candidato do PL, Anderson Ferreira. Bolsonaro tem, hoje, 25% das intenções de voto em Pernambuco, mas Anderson só aparece com metade, em torno de 12%, o que pode ser muito mais produto do eleitorado evangélico. A eleição, entretanto, ainda será daqui a 15 dias, o que pode ampliar as chances dele ter esse voto casado com o presidente e candidato à reeleição.