Por Elielson Lima – Com o voto da candidata Marília Arraes (SD) no ex-presidente Lula e a posição de neutralidade adotada por Raquel Lyra (PSDB), o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) ficou sem um palanque para chamar de seu em Pernambuco. Isso deve prejudicar seu desempenho nas urnas no estado natal do seu adversário direto.
No primeiro turno, Bolsonaro teve claramente na candidatura de Anderson Ferreira (PL) sua real representatividade. Agora, os bolsonaristas terão que trabalhar dobrado, porque ficaram sem alguém que entregue a mensagem do presidente em nível local. Em outras palavras, Bolsonaro e seus apoiadores ficaram sem um nome para levantar sua bandeira e alimentar a polarização nacional aqui. Quem pode ajudá-lo neste quesito é a campanha da Marília Arraes, que quer imputar em Raquel Lyra a pecha de bolsonarista, mesmo com a adversária evitando declarar o voto publicamente.
A ala bolsonarista, liderada pelo ex-ministro Gilson Machado, por Anderson Ferreira, Feitosa e Meira, já entendeu esse desfalque, e por isso estão tentando construir agendas paralelas à disputa local. A motociata promovida ontem já foi uma sinalização ao eleitor de direita que não pode ser desmobilizado neste momento. Enquanto os petistas querem ampliar a votação de Lula em Pernambuco, os bolsonaristas precisam motivar seus eleitores a comparecerem nas urnas no dia 30.