Por Magno Martins – Tive, ontem, uma conversa em profundidade com um fundador do PT de Pernambuco e o mesmo se mostrou revoltado com o que tem acontecido no partido. Em particular, o machismo e as atitudes destrutivas de Humberto Costa contra as mulheres em geral e Marília Arraes em particular. Revelou-me inúmeros movimentos covardes e traiçoeiros de Humberto contra Marília, incluindo a campanha para Prefeitura do Recife. Humberto não queria, segundo ele, que Marília fosse candidata em nenhuma hipótese. Depois trabalhou para que ela não fosse para o segundo turno e no final jogou pesado no submundo da política para que fosse derrotada.
Por ordem expressa de Humberto, ainda segundo ele, o PT deu ajuda mísera para a campanha de Marília em 2020, o equivalente ao que se gasta numa eleição para vereador.
No segundo turno, Humberto agiu às escuras trabalhando ao lado do PSB para derrotar Marília, que tinha, na verdade, todas as condições para virar a primeira mulher prefeita do Recife. Esse petista histórico me narrou também que Humberto tem uma lealdade canina e cega ao PSB em geral e à família Campos em particular, sobretudo porque perdeu todas as incontáveis eleições majoritárias que disputou e só ganhou duas para o Senado por conta do PSB e da família Campos.
Disse sentir asco com a atitude sorrateira e suja de Humberto, que se sentiu vitorioso com a retirada de Marília do páreo para o Governo do Estado em 2018 e depois com a derrota dela em 2020. Nos bastidores do processo da disputa estadual agora para o Senado, Humberto, mais uma vez, age de maneira covarde para tirar Marília da chapa da Frente Popular como representante do PT ao Senado.
Depois de pesquisas apontando o favoritismo dela ao Senado, Humberto foi a Lula e vetou, com todas as letras, o nome de Marília como candidata ao Senado. Humberto queimou Marília também com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Fui informado que Lula ainda tentou defender o nome de Marília, mas Humberto foi taxativo contra a deputada na chapa.
A partir daí, começou a forçar a barra para emplacar o deputado Carlos Veras, um político nanico, ilustre desconhecido do grande eleitorado, para o Senado. Frente a essa perseguição de Humberto contra Marília, a deputada foi informada por importantes dirigentes nacionais que enquanto Humberto for o cacique do PT de Pernambuco não terá qualquer espaço relevante.
Mas pediram para ela ter paciência, pois em quatro anos Humberto ficará sem mandato, perdendo o trono de mandatário do PT no Estado. Muita gente tem tentado fazer a cabeça de Marília para sair do PT e se candidatar ao Senado na chapa de Raquel Lyra, pré-candidata tucana ao Palácio das Princesas. Reforçaria, sem dúvida, a tucana para derrubar a tirania de Humberto e derrotar o Coronel Danulo.
Jogo sujo – Para enterrar Marília de vez, a última de Humberto: convencer o Coronel Danulo Cabral, como assim se referia o ex-presidente da Alepe, Guilherme Uchoa, ao candidato do PSB, a só escolher e anunciar o candidato a senador no último minuto do prazo da janela partidária (troca de partido), que vence em 2 de abril, para evitar a travessia dela para outro partido. “Se Marília sair agora do PT, o Lula vai dizer que ela se precipitou e por isso perdeu a chance de disputar o Senado”, disse esse mesmo petista histórico.