Opinião: A teia do parentesco na Câmara dos Deputados 

Por Edmar Lyra – A bancada federal pernambucana é composta por 25 deputados, e chama atenção que a maioria dos parlamentares ostentam sobrenomes tradicionais da política estadual, alguns deles, parentes ou não, até têm o mesmo sobrenome a exemplo de Felipe Carreras e Clodoaldo Magalhães, ambos possuem o sobrenome Lyra, mas não são parentes da governadora Raquel Lyra. Apesar disso, os dois vêm de famílias tradicionais na política, Felipe teve o seu irmão, Augusto, que já foi vereador, enquanto Clodoaldo tem um irmão prefeito, Noé Magalhães, e seu pai Eudo, já foi prefeito e deputado estadual.
Nos herdeiros de Miguel Arraes, Pedro Campos, filho de Eduardo e irmão de João, e Maria Arraes, irmã de Marília, terão a responsabilidade de manter o legado da família, que teve cinco representantes na Câmara Federal. Mesma lógica se aplica a pai e filho, Eduardo da Fonte e Lula da Fonte seguirão o legado de Carlos Wilson, ex-governador, que foi deputado federal e foi avô de Lula e sogro de Eduardo. Eles também têm na família o ex-deputado estadual André Campos e o ex-senador Wilson Campos.
Augusto Coutinho e Mendonça Filho são cunhados, eles exercerão novamente o mandato de deputado federal juntos, na família herdam a liderança do ex-deputado federal José Mendonça Bezerra, e Augusto tem seu filho Rodrigo como vereador do Recife e secretário de Esportes da capital. Eriberto Medeiros, por sua vez, tem o deputado estadual Eriberto Filho e o vereador Eriberto Rafael na política, Guilherme Uchoa Junior descende do ex-presidente da Alepe, Guilherme Uchoa. Lucas Ramos é filho do Conselheiro do TCE, Ranilson, e sobrinho do secretário de Segurança Cidadã do Recife, Murilo Cavalcanti.
Silvio Costa Filho, André Ferreira, Clarissa Tércio, Fernando Filho, Waldemar Oliveira, Iza Arruda, Coronel Meira, Túlio Gadelha, Renildo Calheiros e Fernando Monteiro têm em comum com os demais o fato de serem de famílias com outros mandatos eletivos atuais ou antigos no estado ou fora dele. Dentre os federais, apenas Pastor Eurico, Fernando Rodolfo e Luciano Bivar não possuem parentes que lhes antecederam ou sucederam na política ocupando mandatos eletivos.
Comum – Em todo o Brasil há uma proliferação de casos como esses, no Senado Federal, por exemplo, Ciro Nogueira tem sua mãe como primeira-suplente que assumiu o mandato no período em que o parlamentar foi ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro. Em Alagoas, pai e filho ocupam duas das três vagas do estado no Senado Federal, é o caso de Renan Calheiros e Renan Filho, ministro dos Transportes e senador licenciado.
Alepe – Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, ao menos trinta deputados estaduais possuem algum tipo de parentesco com deputados federais, prefeitos, vereadores, etc. Os demais possuem carreira solo, mas que não impede de em 2024 passarem a integrar este seleto grupo com o lançamento de familiares na disputa municipal.