Opinião: A próxima guinada do PSB à direita 

Por Magno Martins – Os ataques recentes saídos da usina de maldade do PSB à candidata do Solidariedade ao Governo do Estado, Marília Arraes, têm sido interpretados como sinal claro de que o partido em Pernambuco caminha para mais um movimento, uma nova guinada à direita, nesse período inaugurado após morte do ex-presidente nacional da legenda, Eduardo Campos.
A primeira guinada se deu nas eleições da sucessão presidencial de 2014. Derrotados no primeiro turno, o governador Paulo Câmara, o então prefeito do Recife, Geraldo Julio, a viúva de Eduardo, Renata de Andrade Lima, e os seus filhos João e Pedro Campos, pularam o alambrado para o palanque de Aécio Neves (PSDB), de centro-direita, e ficaram contra à candidatura da presidenta Dilma Rousseff (PT).
A segunda se deu em 2016, quando esse mesmo time de lideranças novas, hegemônico no controle nacional do Partido, levaram o PSB para aprovar o Impeachment de Dilma no Congresso Nacional, onde toda a bancada federal do PSB de Pernambuco votou a favor para destituir a primeira mulher de esquerda eleita presidenta da República.
O candidato a governador, Danilo Cabral, inclusive, foi mais saliente no episódio. Renunciou ao cargo de secretário de Estado e reassumiu seu mandato de deputado federal na Câmara só pra dizer “Sim” contra o PT e a presidente eleita democraticamente pelo voto. A próxima e terceira guinada dessa nova geração do PSB têm data marcada. 
Tende a acontecer após o resultado das urnas do próximo dia 2 de outubro. Com o candidato a governador, Danilo Cabral, nas últimas colocações, numa provável derrota histórica, as lideranças do Partido já vêm preparando o plano B: associar Marília Arraes como principal inimiga das bases socialistas dessas eleições, atacando-a sem piedade nessa reta final de campanha.
A estratégia é clara: enfraquecê-la sob todas as condições para que, numa possível disputa contra Anderson Ferreira (PL), Miguel Coelho (União Brasil) ou Raquel Lyra (PSDB), Marília não venha a ser governadora, a partir de janeiro de 2023.
Para se contrapor a esse rumo, no entanto, setores históricos do PSB, sobretudo os ligados ao ex-governador Miguel Arraes, avô de Marília, já se articulam para reagir a essa nova guinada à revelia dos legados de esquerda, que historicamente aprenderam a defender. 
O maior abandonado – Por falar em comando do PSB, o que se observa na campanha de Danilo é a ausência dos seus caciques. Desgastado, puxando o candidato para o fundo do poço, o governador Paulo Câmara é também rejeitado como companhia pelo candidato. João Campos, prefeito do Recife, tem estado mais preocupado com a reeleição da noiva Tabata Amaral, deputada federal por São Paulo. Já o ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio, tomou Doril.