Por Edmar Lyra – A campanha presidencial deste ano colocou frente a frente as duas maiores lideranças populares do país deste a redemocratização. O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro fazem uma disputa histórica, atípica e cheia de nuances. No próximo domingo pelo menos um tabu será quebrado, o de que todos os presidentes que tentaram a reeleição saírem vitoriosos ou o de que o primeiro colocado no primeiro turno acabou vitorioso no segundo turno. Bolsonaro defende a primeira escrita, Lula defende a segunda.
A disputa promete ser extremamente acirrada e deverá acontecer voto a voto como em 2014, quando Dilma Rousseff acabou sendo reeleita por uma diferença ínfima de votos sobre Aécio Neves. A campanha do PT, lastreada nas pesquisas eleitorais que davam amplo favoritismo a Lula, se preparou para uma disputa de tiro curto, acreditou que a força de Lula e a rejeição a Bolsonaro seriam suficientes para uma vitória no dia 2 de outubro, algo até então inédito para candidatos do PT, portanto trabalhou com a hipótese de uma eleição como uma corrida de 100 metros rasos.
A campanha de Bolsonaro, por sua vez, em meio ao elevado desgaste do presidente com setores da sociedade, se preparou para uma maratona, pois sabia que derrotar um adversário da magnitude de Lula precisaria de muita estratégia e capacidade de mobilização. A abertura das urnas no último dia 2 trouxe um alento para Bolsonaro de não perder já no primeiro turno e gerou forte expectativa para um longo segundo turno, uma vez que uma desvantagem de até quinze pontos nas pesquisas eleitorais tornou-se apenas cinco. Bolsonaro também se fortaleceu com o resultado do Congresso Nacional, quando elegeu o maior número de deputados e senadores.
O presidente Jair Bolsonaro chega nesta última semana num claro viés de alta, pois se preparou para uma maratona. Os últimos dias de campanha serão determinantes para a definição do presidente eleito no próximo domingo, onde o resultado ainda é imprevisível, podendo garantir a Lula uma vitória ou uma inédita virada de Bolsonaro, o que promete ser um período de fortes emoções entre as duas maiores lideranças políticas e populares do país.