Por Magno Martins – No sábado, antevéspera da diplomação que ocorre hoje, a governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) fez uma postagem que deu o que falar, reafirmando que governaria com a vice Priscila Krause. Nos bastidores, vazou que ocorreu o primeiro desentendimento entre as duas, que vivem fazendo declarações recíprocas de fidelidade, sem que ninguém cobre.
Ontem, um dia após, Priscila retribuiu a “gentileza” pública, também pelas redes sociais. “Tive a honra de ser chamada por você, Raquel, para disputar a vice em sua chapa. O povo entendeu a nossa mensagem e deu a você a oportunidade de governar o nosso Estado”, afirmou, em seu Instagram.
E acrescentou: “Neste dia que antecede a nossa diplomação, um filme de todo esse tempo de relação passou em minha cabeça e só tenho a agradecer a sua confiança. Sob o seu comando, estarei honrando a decisão de nossa gente em mais um encontro nosso por Pernambuco”. Raquel e Priscila estão em paz, segundo aliados.
Mas qual a necessidade de a governadora eleita postar o seguinte? “Já falei isso publicamente, mas gostaria de reafirmar que a amiga Priscila governará Pernambuco junto comigo. Fico confiante em ter junto de mim uma vice que vai me ajudar a tocar um governo que tem como desafio enfrentar a pobreza”.
Governar junto não é retórica, palavras para amaciar ego. O que Raquel precisa mostrar, na verdade, ao reafirmar essa confiança cega em sua vice, começa pela composição da equipe. Qual a forma prática de governar junto é essa? Qual a missão delegada a Priscila, depois de entregar a ela a coordenação da transição? Quantos aliados da vice terão cargos de poder e influência na gestão?
Se é verdade que Raquel anunciará o Secretariado após a diplomação ao longo desta semana, Pernambuco ficará sabendo de fato qual o verdadeiro tamanho da fatia do poder que Priscila terá para acomodar políticos e técnicos da sua confiança, que criaram uma enorme expectativa por cargos ao vê-la ser paparicada o tempo todo pela governadora eleita.