Três meses depois de as primeiras manchas de óleo surgirem no litoral da Paraíba, o número de locais afetados ainda aumenta: mais de 800 pontos já foram atingidos, segundo o Ibama. O governo federal criou um grupo de trabalho para coordenar a resposta ao desastre e investigar sua origem. Apesar disso, nenhum navio ou empresa foi indiciado.
Para o coordenador do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima), ligado ao Ibama, a chance de encontrar a origem do óleo é cada vez menor.
“Perdemos o ‘timing’. Quanto mais passa o tempo, mais difícil encontrar a origem. Você perde as conexões, precisa mapear as correntes e, como espalhou demais, puxar o fio da meada é complicado” – Pedro Bignelli, coordenador-geral do Cenima.
A investigação conduzida pela Polícia Federal do Rio Grande do Norte em conjunto com a Marinha apontou o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pela poluição. No entanto, além dele, a Marinha notificou outros 29 navios. Especialistas em análise de imagens por satélite questionam a validade do levantamento usado pela PF para chegar ao Bouboulina porque o óleo no mar pode não ser visível em imagens de satélite.