As eleições de 2020 já começaram nas rodas políticas do estado e no Recife não é diferente. A avaliação comum, incluindo governistas e opositores, é a de que Geraldo Julio tem a bola no pé para fazer o seu sucessor. É um prefeito bem-avaliado, tem uma base de vereadores e candidatos a vereador bastante sólida, e conta com partidos representativos para impulsionar o candidato que tiver a sua benção.
Nas eleições de 2018 havia o sentimento que Paulo Câmara poderia perder a eleição, devido a sua baixa aprovação, porém antes da eleição propriamente dita, o atual governador conseguiu demover candidaturas competitivas como as do senador Fernando Bezerra Coelho e a da deputada federal eleita Marília Arraes, com a garantia do MDB e do PT na Frente Popular. O restante foi administrar a eleição contra Armando Monteiro e terminou vencendo no primeiro turno.
É importante salientar que as últimas eleições em que tivemos mudanças de governo elas se deram em conjuntura relativamente favoráveis às forças governistas. Em 2000, por exemplo, Roberto Magalhães era franco favorito a vencer a disputa no Recife, mas acabou tendo que ir a um segundo turno contra João Paulo e foi derrotado. Em 2006, Mendonça Filho, então governador, herdeiro político do bem-avaliado Jarbas Vasconcelos, teve que ir ao segundo turno com Eduardo Campos e sofreu uma fragorosa derrota para Eduardo, que era tido como azarão na disputa.
Em 2012 quando João da Costa preparava-se para disputar a reeleição e se fosse apoiado por toda a Frente Popular tinha plenas condições de vitória, foi surpreendido por uma intervenção do PT nacional que retirou-lhe o legítimo direito de tentar o segundo mandato. Eduardo Campos, então governador bem-avaliado, enxergou o vácuo e lançou Geraldo Julio, que venceu a disputa no primeiro turno. Portanto, é pertinente levar em consideração que apesar do favoritismo do PSB em 2020, seja com Alexandre Rebelo, Felipe Carreras ou João Campos, imponderáveis podem acontecer, cabendo ao partido muita humildade e tranquilidade na construção do nome para evitar que a hegemonia socialista na capital seja quebrada.