Após vencer a eleição, Paulo Câmara tomou a decisão de não convocar nenhum deputado federal para a sua equipe, mais do que isso, retirou espaços de alguns parlamentares que eram contemplados no primeiro governo. Alguns parlamentares não digeriram a postura palaciana e aguardaram o momento certo para dar o troco.
Além da falta de espaços no governo do estado, houve uma mudança substancial nas emendas parlamentares, que passaram a ser impositivas, ou seja, são obrigatoriamente executadas. Antes os deputados governistas faziam um acordo de cavalheiros com o governo e destinavam parte delas para solicitações do governador. Agora a música tocará de outra forma, onde os parlamentares estão preferindo direcionar recursos para suas bases em vez de indicar para demandas do governador.
Pelas contas de um parlamentar em reserva, o governo queria R$ 4 milhões de cada deputado governista, o que chegaria ao montante de R$ 60 milhões das emendas de bancada. Porém, não se chegou a um acordo, e o valor teria sido reduzido a R$ 2,7 milhões. Apesar de chegar a um valor, parte significativa dos deputados ditos governistas não querem nem saber de destinar qualquer valor das emendas de bancada, alegando que não possuem nada no governo e preferem atender diretamente suas bases.
O impasse está colocado, e caberá ao governador Paulo Câmara e sua articulação política demover os deputados da ideia, porém não será nada fácil, uma vez que alguns estão irredutíveis em dar o troco ao Palácio do Campo das Princesas. Sem os recursos, Paulo Câmara terá que fazer malabarismo para manter em andamento obras de interesse do estado.
Acordo – Os deputados e senadores chegaram a um denominador comum sobre o valor das emendas, cujo valor ficou em R$ 8,8 milhões para cada deputado e R$ 11,8 milhões para cada senador. Todo mundo ficou satisfeito para atender as suas bases. (Edmar Lyra)