A Igreja Universal do Reino de Deus inaugurou em São Paulo seu Templo de Salomão. É uma construção monumental, capaz de receber 10 mil pessoas, o dobro da lotação da Basílica de Aparecida. Sua fachada tem 56 metros de altura, 13 metros mais que a de São Pedro, em Roma. Custou zero à Viúva e foi erguida com dinheiro da fé do povo.
O Templo de Salomão haverá de se tornar um símbolo da cidade e da fé dos brasileiros. Esse aspecto supera as tramoias administrativas praticadas na sua construção. (O templo foi erguido como se fosse apenas a reforma de uma edificação demolida.) A fé dos evangélicos costuma ser depreciada, como se fosse produto da ingenuidade do andar de baixo. É pura demofobia. As denominações evangélicas expandiram-se associando fé religiosa e autoestima a um sentido de comunidade.
Há bispos evangélicos vigaristas, sem dúvida, mas até hoje o papa Francisco batalha para limpar a Cúria vaticana. O padre Marcial Maciel, um pedófilo promíscuo, quindim da plutocracia mexicana e figura influente no pontificado de João Paulo 2º, não pode ser usado para discutir a espiritualidade dos seus fiéis. O bronze das magníficas colunas do baldaquim de São Pedro foram tiradas do Pantheon romano. A catedral da Cidade do México foi construída com as pedras coletadas na destruição do templo azteca de Tenochtitlán.
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
O Templo de Salomão, como a Basílica de São Pedro e a Catedral do México, são símbolos da fé dos povos.
Quem não consegue entender a fé alheia pode se habilitar a um pacote turístico de três dias em Gaza. (Elio Gaspari)