Por Alex Kiefer da Silva*
Dentre os aspectos mais relevantes do atual cenário sociocultural da humanidade, certamente que a questão do pluralismo religioso é uma das mais importantes. Não obstante a existência das grandes religiões mundiais historicamente consolidadas, a verdade é que, a cada dia, novas denominações religiosas têm surgido, na forma de seitas e novos sistemas filosóficos e religiosos.
Esta grande multiplicidade de religiões, observada na atualidade, pode ser explicada por uma maior demanda de aproximação dos homens e mulheres do sagrado, na tentativa de encontrar respostas para os seus anseios emocionais mais profundos, mas também pela necessidade de autoafirmação do indivíduo dentro da sua crença religiosa e diante do seu grupo social. Ele objetiva servir-se da religião tanto para alcançar bem-estar e felicidade, quanto construir uma identidade individual que o posicione em meio ao mundo e às realidades que o cercam.
O fato de vivermos em meio à uma sociedade global eleva o peso do termo “identidade” levando-nos a pensar se realmente é possível construir uma identidade religiosa e cultural valendo-se apenas de elementos de uma única cultura. Enquanto crentes e sujeitos de nossa própria fé, somos questionados pelas nossas próprias dúvidas e anseios e levados a questionar o mundo que nos cerca. Este aspecto de questionamento leva os indivíduos a confrontar, muitas das vezes, aspectos das religiões nas quais estão inseridos e, por que não, encontrar possibilidades de respostas em elementos presentes em outros credos, sem abandonar o seu.
Continua…