“Traição, desrespeito e sordidez” foram apenas alguns dos adjetivos utilizados pelo deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), ao criticar ontem (12), em discurso Câmara Federal,o ingresso do senador Fernando Bezerra Coelho (ex-PSB) no PMDB pelas mãos da direção nacional da legenda, sem dialogar com a cúpula do partido no Estado. A articulação do senador, segundo peemedebistas locais, visa a garantir-lhe o comando do partido no Estado e levá-lo para o bloco de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB), a quem Jarbas já declarou apoio em 2018. Principal liderança do PMDB em Pernambuco, Jarbas justificou estar recorrendo à tribuna da Casa em defesa da sua própria história, para denunciar a “tentativa sórdida e desrespeitosa de calar sua voz”, e a “manobra ardilosa” do senador visando atingi-lo.
O ex-governador ocupou a tribuna da Câmara estimulado pelo presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), cujo partido também alega ter sido “traído” por Bezerra Coelho, que vinha negociando a filiação de seu grupo político ao DEM e, de última hora, optou pelo PMDB. A fala de Jarbas também faz parte de uma estratégia “casada” de combate ao avanço de Bezerra Coelho sobre o comando da sigla no Estado, que incluiu duas notas públicas já divulgadas pela direção local do PMDB – uma delas nesta terça-feira (12) – e ainda uma reunião, prevista para esta quarta-feira (13) de representantes da cúpula estadual com a direção nacional do partido, para registrar o incômodo e a indignação com o processo de filiação do senador.
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