Hoje se completam quatro anos da morte do ex-governador Eduardo Campos, o mais arguto, inteligente e pragmático presidente que o PSB teve em sua história. Á exceção de Miguel Arraes, seu avô, que morreu no mesmo dia, só que nove anos antes, os outros presidentes do PSB – João Mangabeira, Jamil Haddad, etc. – estavam mais para o romantismo socialista que para o pragmatismo da política. Arraes soube ser pragmático, sem abrir mão dos seus princípios, quando colocou Garotinho para ser o candidato do partido a presidente da República e Eduardo Campos, idem, quando levou para enriquecer seus quadros em 2014 pessoas que têm horror até a palavra “socialismo” como os deputados Heráclito Fortes (PI) e Marinaldo Rosendo (PE). Sua morte prematura ensejou uma dúvida dentro do partido. Era pertinente colocar em seu lugar um novo Jamil Haddad (Roberto Amaral), ou alguém mais afinado com o pragmatismo dos seus dois últimos presidentes? Não se fez opção por uma coisa nem outra.
O atual presidente Carlos Siqueira é apenas um burocrata do partido, que não tem a bagagem filosófica de Amaral e muito menos o pragmatismo de Eduardo. Se tivesse uma dessas duas coisas, não teria decretado intervenção no diretório de Minas para impedir que o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, fosse seu candidato a governador, decisão tão “inteligente” quanto à do PT de barrar a candidatura de Marília Arraes em Pernambuco. Ambos, PSB e PT, vão pagar caro por isto. A conta do PSB será a mais salgada por não existir em seus quadros alguém que possa impor-lhe comando e rumo. A orfandade se instalou no dia 13 de agosto de 2014. E continua. (Inaldo Sampaio)