Por Arthur Cunha – especial para o Blog do Magno
Uma corrente dentro do PCdoB defende, já há algum tempo, que o projeto de reconstrução da sigla em Olinda, onde está fora do poder depois de 16 anos ininterruptos, tem um nome. Aliás, um nome composto bem conhecido no meio político: João Paulo. Esse grupo, que ainda enfrenta resistência dentro da cúpula comunista, entende que só o deputado estadual e ex-prefeito do Recife tem condições de trazer de volta os dias de glória do partidão na Marin dos Caetés.
Alô, pessoal do PCdoB, ele topa o desafio, viu. Não é segredo para ninguém que João Paulo aceita o concorrer – dizem até que ele já se mudou na prática para Olinda, onde tem participado de agendas políticas em segredo. E o que falta para dar match? A cúpula comunista (leia-se Luciana Santos, Renildo Calheiros e companhia limitada) dar o aval. O deputado só avançará na postulação se receber um sinal claro da vice-governadora e do deputado federal, principais caciques do partido. Isso passa também pela garantia de que o PCdoB dará estrutura financeira para a majoritária.
Em uma outra linha de atuação, João Paulo, inclusive, ainda aceita disputar a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, caso o Palácio peça ao PCdoB para deixar Olinda de lado e apoiar a reeleição do prefeito Professor Lupércio. Bastante plausível, o movimento, vale destacar, deve ser usado pelo Solidariedade como pré-requisito para permanência na base. Uma vez em Jaboatão, onde já foi candidato a prefeito em 1992, João Paulo poderia ameaçar a reeleição de Anderson Ferreira, adversário da Frente Popular.
Alternativas não faltam. Disposição do deputado estadual também não. O que precisa é a cúpula do PCdoB, normalmente fechada em copas e intolerante às sombras, liberar a fera no picadeiro. Porque enquanto os comunistas hesitam, seus adversários – em Olinda e Jaboatão – estão soltos colocando em prática suas estratégias. Já diz o ditado: “time que não joga não tem torcida”.