O maior fiador de Paulo Câmara …

Foto: DIDA SAMPAIO/AE

Por Edmar Lyra

Nas eleições de 2014 o ex-governador Eduardo Campos alinhavou a maior aliança da história de Pernambuco em prol de Paulo Câmara com 21 partidos na Frente Popular. Ali, Eduardo foi o principal fiador do projeto, e mesmo após a sua morte, foi determinante para que Paulo Câmara virasse o jogo e vencesse a eleição.

Uma vez no governo, Paulo Câmara considerou como seu principal fiador o ex-governador Jarbas Vasconcelos, tanto que distribuiu entre o seu grupo as secretarias de Imprensa, Habitação e Desenvolvimento Econômico e a presidência de Suape, bem como outros órgãos de menor importância mas com força política dentro do governo. Além da reverência a Jarbas Vasconcelos, o governador considerou o peso do MDB, que até 2017 era fundamental na aliança e tinha cadeira cativa na chapa majoritária. Com a guerra de liminares envolvendo o partido, e o risco real de ele ir para as mãos do senador Fernando Bezerra Coelho e consequentemente para a oposição, Jarbas perdeu o posto de maior fiador político e eleitoral do governador Paulo Câmara.

Esse papel agora é ocupado por outro Eduardo, que assim como seu xará, tem uma leitura política do jogo como poucos. O deputado federal Eduardo da Fonte comanda o PP, que é o maior partido garantido da Frente Popular em termos de tempo de televisão, e findou o prazo de filiação com quatro candidatos a deputado federal, todos com chances de vitória, e 14 deputados estaduais, consolidando assim a maior bancada da Assembleia Legislativa de Pernambuco.

As condições criadas por Eduardo da Fonte e as circunstâncias políticas fizeram dele o principal aliado do governador Paulo Câmara, dando-lhe o direito de exigir uma vaga na chapa majoritária da Frente Popular. O Palácio, que já havia aumentado o espaço de Eduardo no governo, deverá ampliar significativamente esse espaço, com a entrega da secretaria de Desenvolvimento Econômico, que antes era ocupada pelo grupo de Jarbas.

A verdade é que se antes Jarbas Vasconcelos era presença garantida na majoritária do governador devido a sua relevância política e eleitoral, agora quem terá essa cadeira cativa é o próprio Eduardo da Fonte, que só não irá para a majoritária se não quiser, pois tem votos, poder político, e principalmente um partido relevante, exatamente o que Paulo Câmara precisa para garantir a sua reeleição.