Por Arthur Cunha – especial para o Blog do Magno
Imaginem uma corda bamba de circo onde um artista circense tenta atravessar de um lado para o outro, passando por vários percalços; ora mais tranquilo, ora ameaçando cair. Mas sempre com a certeza de que vai chegar triunfante no final da linha. Transpondo para a política nacional, podemos definir essa metáfora como a trajetória recente do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, que, depois de muita especulação, está próximo de ser reeleito, ganhando a corrida por um dos cargos mais importantes da República.
Com a iminência de receber em breve o apoio do bloco de 69 deputados, formado pelo PSB, PDT e PCdoB; Maia vai ultrapassar com folga a maioria necessária de 257 votos, vencendo o pleito contra Fábio Ramalho sem precisar de segundo turno. Uma vez reconduzido à cadeira, o deputado carioca terá um imenso poder em suas mãos, digno de fazer frente à caneta de Jair Bolsonaro, controlando todo o ritmo em que as pautas definidoras do futuro da nação serão votadas.
Rodrigo Maia é uma espécie de equilibrista. Jeitoso, sabe o timing certo de fazer suas movimentações. Em um momento, acena para o novo presidente e seu PSL seco por cargos e relevância política; no outro, conversa com lideranças de centro esquerda como se fossem velhos aliados. Nessa pisada, já tem o apoio de 12 partidos: PSL, PSD, PR, PRB, PSDB, DEM, SD, Podemos, PPS, PROS, PSC e Avante. Juntas, essas siglas já lhe garantiram, em tese, 262 votos.
Contra o atual presidente da Câmara, argumentam parlamentares de mandato, pesaria o fato de que os futuros deputados, muitos eleitos na onda das redes sociais, não assegurariam o apoio à reeleição de Maia com receio da opinião pública. O fato é que, costurando com gregos e troianos, negociando cargos na Mesa e em comissões, Rodrigo Maia segue na dianteira e já enxerga a linha de chegada bem clara à sua frente.