Impulsionados pela força do bolsonarismo, dezenas de policiais civis e militares se elegeram para as casas legislativas do país. Em Pernambuco o saldo foi modesto, mas ainda assim o Estado não passou em branco. Elegeram-se os delegados Gleide Ângelo e Erick Lessa e o ex-soldado Joel da Harpa, sendo que a primeira foi a campeã de votos para a Assembleia Legislativa, obtendo votação recorde na história política do Estado. Os três estarão na linha de frente em defesa de suas instituições, assim como ex-secretário de Segurança, Antonio Moraes, delegado de polícia aposentado. São Paulo também surfou na onda bolsonarista, elegendo para senador o deputado federal Major Olímpio, filiado ao PSL, sem esquecer também que um cabo do Rio de Janeiro, Daciolo, que se elegeu à Câmara Federal em 2014 após liderar uma greve de bombeiros militares, disputou este ano a Presidência da República pelo Patriotas e obteve mais votos que Marina Silva.
No entanto, o que chamou mesmo atenção foi a eleição de dois generais para deputado, um em São Paulo e outro no Rio Grande do Norte, defendendo as mesmas teses de Jair Bolsonaro para a área de segurança. Como eles já vestiram o pijama, nada mais os impede de participar do processo eleitoral, assim como faz o general Hamilton Mourão, vice do candidato líder nas pesquisas. Oxalá o discurso de alguns não contamine os que estão na ativa, nem resvale para o desrespeito à Constituição, dado que não deixa de ser preocupante o general Eliéser Girão Monteiro Filho, deputado estadual eleito pelo PSL potiguar, estar defendendo o impeachment e a prisão de ministros do STF que ordenaram a soltura do ex-ministro José Dirceu e os ex-governadores Beto Richa (PR) e Marconi Perillo (GO). Espera-se que se trate de um caso isolado, e que o futuro presidente da República fique longe disto. (Inaldo Sampaio)