O instituto Ibope divulgou ontem a primeira rodada de pesquisas para governador de Pernambuco, confirmando a vantagem de Paulo Câmara em relação a Armando Monteiro de seis pontos apresentada pelo Ipespe. Se no Ipespe Paulo tinha 30% contra 36% da soma de seus adversários, neste novo levantamento ele tem 27% contra 32% da soma de seus oponentes, o que configura, por ora, a existência de um segundo turno entre o governador e o senador Armando Monteiro.
Se os socialistas comemoraram a vantagem de seis pontos sobre Armando, os petebistas também tiveram o que comemorar, que foi a rejeição de Paulo Câmara atingir 43% contra apenas 27% de Armando Monteiro. O fator rejeição é algo a ser levado em consideração, pois é difícil você baixar esse item numa campanha eleitoral, e deixa Paulo Câmara com a responsabilidade de não só crescer nas pesquisas como também buscar aumentar a rejeição do seu adversário caso não consiga liquidar a fatura no primeiro turno.
No tocante a Armando Monteiro, ter a menor rejeição e ainda assim ficar numericamente atrás do seu adversário antes do guia eleitoral começar é um fator que precisa ser contabilizado, uma vez que pelas dificuldades do governador que representa um governo de continuidade de doze anos, era para o petebista ter mais intenções de voto do que está apresentando na pesquisa.
Armando nesta fase da campanha antes do guia eleitoral precisa adotar uma postura mais incisiva em relação ao seu adversário para que as próximas pesquisas apontem algum tipo de crescimento da sua candidatura, uma vez que além da desvantagem numérica nos dois levantamentos divulgados, dentro da margem de erro, vale salientar, ele terá a desvantagem de ter metade do guia eleitoral do seu adversário, que terá mais tempo para se defender e lhe desconstruir durante o processo.
Paulo Câmara adotará a estratégia de nacionalizar a disputa no sentido de canalizar a simpatia dos eleitores de Lula, que ainda não o identificaram como o seu cabo eleitoral, enquanto Armando Monteiro terá que trazer para o ringue os problemas do estado e tentar neutralizar a influência de Lula no processo eleitoral. (Edmar Lyra)