O desafio da direita em Pernambuco 

Por Edmar Lyra 
As eleições de 2022 possuem pelo menos quatro pré-candidatos a governador de Pernambuco no campo da centro-direita, além dos prefeitos Anderson Ferreira (PL), Miguel Coelho (União Brasil) e Raquel Lyra (PSDB), a oposição tem o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto (PSC) colocado na disputa. É possível que até o momento da oficialização essas postulações sejam afuniladas para duas ou três candidaturas, mas independente do desafio de buscar uma unidade e um projeto competitivo, há um outro fator que advoga contra os postulantes de direita a governador: a história.
Desde a volta das eleições diretas para governador em 1982 até 2018, foram dez eleições. Em apenas duas ocasiões candidatos de direita venceram, Roberto Magalhães em 1982 derrotou Marcos Freire por uma diferença pequena. Naquela ocasião, Arraes voltara do exílio, tinha todas as condições de vencer a disputa, mas o MDB decidiu Freire que acabou derrotado por uma pequena margem.
A segunda ocasião foi em 1990, quando Jarbas Vasconcelos foi candidato sem o apoio irrestrito de Miguel Arraes, que decidiu ser candidato a deputado federal em vez de senador, Jarbas acabou derrotado por Joaquim Francisco. Coincidentemente, nas duas eleições Marco Maciel acabou vitorioso para o Senado.
Nas outras oito eleições, nomes com origem de esquerda acabaram vencendo, Miguel Arraes em 1986 e 1994, Jarbas Vasconcelos em 1998 e 2002, Eduardo Campos em 2006 e 2010 e Paulo Câmara em 2014 e 2018. Na ocasião da eleição de Jarbas em 1998, uma série de fatores beneficiariam o emedebista, que se aliou à direita e viu Miguel Arraes sucumbir ao escândalo dos precatórios. Naquele período ainda não havia muito forte a cultura da reeleição que se iniciara naquele pleito, e havia também um forte aparato do governo Fernando Henrique Cardoso que alavancou a candidatura de Jarbas.
Esses fatos históricos colocam mais dúvida sobre a viabilidade dos candidatos de centro-direita, levando em consideração o desgaste do presidente Jair Bolsonaro e a força de Lula em Pernambuco, que deverá estar no palanque da Frente Popular e reforçar a competitividade do candidato do PSB na disputa de outubro.