Exames realizados no Laboratório Central de Pernambuco (Lacen) descartaram a ligação entre as bolhas na pele encontradas em alguns bebês desde o mês de novembro com o zika vírus. Médicos do Hospital Oswaldo Cruz (HUOC) e do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), que acompanharam os casos levados às duas unidades, afirmam que, na verdade, a ocorrência seja uma evolução no quadro da febre chikungunya. A coordenadora das enfermarias pediátricas do Imip e o do HUOC, Nara Cavalcanti, adianta que um protocolo de atendimento para essas crianças está sendo elaborado. “As mães devem continuar procurando os serviços de urgência para o primeiro atendimento. Se for o caso, podem ser encaminhadas para serviços de maior complexidade”, menciona.
A infectologista do Huoc, Regina Coeli, disse que, apesar de parecer um sintoma grave, o quadro é brando e não proporciona nenhum risco neurológico à criança. “Elas não tiveram acometimento neurológico e o desenvolvimento dessas crianças ocorreu muito bem. Umas fizeram o uso de antibiótico, outras não precisaram, essas ficaram internadas mais para acompanhar a evolução do quadro”, pondera.
Desde o dia 10 de novembro, 30 crianças, 20 no Huoc e dez no Imip, apresentaram as bolhas na pele. De acordo com Coeli, dos quatro casos iniciais da doença, três estavam com chikungunya. “A gente não conseguiu coletar o sangue desse quarto”, completa.
As bolhas tendem a surgir no terceiro dia do quadro viral e duram cerca de 10 dias para desaparecer por completo. O interessante, segundo a médica, é que as bolhas não aparecem no rosto, na palma das mãos e nos pés. “Já há registro dessa evolução, das manchas vermelhas do segundo para o terceiro dia. Isso já foi datado anteriormente em outras epidemias, principalmente na Índia e na Polinésia, mas aqui no Nordeste é a primeira vez”, explica a infectologista.
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