Diego Borges/Diário de Pernambuco – França, Holanda, Alemanha, Bélgica, e agora a Croácia. Pela quinta vez seguida em Copas do Mundo, o Brasil foi eliminado por uma seleção europeia, dando adeus ao sonho da conquista do Hexa na Copa do Catar, em 2022. Uma classificação que escapou pelos dedois, depois que o time ainda abriu o placar com Neymar, nos acréscimos do 1º tempo da prorrogação, mas não suportou até o fim, e com 4 a 2 nos pênaltis, a Croácia se sobressaiu.
Os croatas vão enfrentar o vencedor do confronto entre Holanda e Argentina, que duelam às 16h. A semifinal será na terça-feira, às 16h, no estádio Lusail, que também será o palco da grande final. Para o Brasil, agora sem Tite, resta uma reformulação no comando, já que o treinador não segue no cargo. Eliminação dura, sofrida, e que iguala o maior jejum do Brasil de conquista, em 24 anos, tal qual o jejum entre 1970 e 1994.
O jogo
Ainda sem Alex Sandro, Tite repetiu a escalação, com Militão na direita e Danilo na esquerda. Por sua vez, a Croácia entrou com cinco homens no meio de campo, para tentar travar a velocidade brasileira e ter mais posse. Postura que deixou o Brasil mais travado, apostando na amplitude com a abertura de Raphinha e Vinícius Jr, primeiro a arriscar um chute em diagonal, aos quatro minutos. A Croácia assustou com velocidade num cruzamento pela direita, aos 12 , mas sem finalizar.
Passado o susto, a seleção brasileira começou a errar menos a saída de jogo e pressionar a Croácia no campo de defesa. Vini Jr e Neymar tentaram três jogadas de penetração pela ponta esquerda, mas os chutes saíram travados e sem perigo.
Sem o domínio exclusivo do meio de campo, a estratégia brasileira do ‘rec em cinco’, de recuperar a bola em cinco segundos, ficou difícil de ser aplicada. No jogo pegado e extremamente equilibrado na briga por espaços e posse, os croatas buscaram lançamentos e inversões de jogo, enquanto o Brasil tentava dribles em lances individuais. Quando os ataques conseguiram avançar, as duas defesas recorreram às faltas de cartão amarelo, com Danilo e Brozovic abrindo a contagem.
Só aos 41 minutos o Brasil voltou a finalizar, numa cobrança de falta de Neymar. Mesmo com o desvio na barreira, Livakovic defendeu com segurança. O 0 a 0 foi um placar justo para o primeiro tempo.
2º tempo
Os times voltaram sem mudanças, porém o Brasil mais incisivo, querendo resolver o jogo nos 90 minutos. E em três, vieram as suas melhores chances até então. Richarlison quase marcou no desvio de um cruzamento rasteiro, Neymar e Vini não finalizaram bem na sequência. O VAR ainda checou o lance de um possível pênalti, não marcado. O Brasil insistiu pela esquerda. Richarlison acionou Neymar em passe vertical, mas o chute saiu fraco aos nove.
A pressão logo arrefeceu, com a Croácia travando novamente o jogo. Tite, então, resolveu mudar os pontas, com Antony e Rodrygo. As trocas reacenderam o Brasil. Paquetá brigou pela bola e quase marcou aos 20’, de cara com Livakovic. Novamente com o ritmo baixo, Dalic começou a trocar peças, acionando Petkovic e Vlasic, mantendo o esquema.
O Brasil ainda apertou novamente. Rodrygo arrancou pelo meio e tabelou com Neymar aos 30’, mas outra vez o goleiro fechou bem o ângulo. Paquetá chegou de trás aos 34’, e Livakovic quase entregou a bola no pé de Neymar. Com Richarlison menos participativo que nos outros jogos, Pedro ganhou a chance. O Brasil cresceu, enquanto os croatas pararam até de correr, conformados com a prorrogação.
Prorrogação
Mais 30 minutos para a definição da vaga. A seleção brasileira seguiu tentando resolver com a bola rolando, enquanto os croatas ansiavam pelos pênaltis, abusando das faltas e da complacência da arbitragem. Com a marcação incisiva, o ‘rec em cinco’ voltou a funcionar. As bolas espetadas vieram, mas não o perigo para Livakovic.
Mas o Brasil insistiu, brigou, lutou, apanhou e se levantou. E na tabela rápida, penetrando pelo miolo da zaga, Neymar suportou a trombada, driblou o goleiro e, enfim, furou a muralha croata. Com o gol, na contagem oficial da FIFA, o camisa 10 alcança Pelé em gols pela seleção brasileira.
Veio o segundo tempo, e agora a postura brasileira era de tentar matar no contra-ataque, ganhando o máximo de tempo possível. Sem tanto ímpeto físico, o time croata tentou levar perigo para Alisson, mas não conseguia. Porém, em um erro no combate inicial da jogada, Petkovic contou com a sorte do desvio em Marquinhos para empatar e levar a decisão para os pênaltis.
Pênaltis