RIO — O Prêmio Nobel da Paz, considerado o título de maior prestígio concedido pela Academia Nobel, será divulgado na manhã desta sexta-feira. O anúncio, que será realizado em Oslo, na Noruega, está programado para ocorrer às 11h da manhã no horário local (6h da manhã em Brasília).
A curiosidade em torno do nome escolhido alimentou apostas em sites em todo o planeta, como é de costume. Há 301 candidaturas definidas, incluindo organizações, mas não se sabe quais foram nomeados nem suas identidades.
A exemplo da edição de 2018, que premiou o médico congolês Denis Mukwege e a ativista yazidi Nadia Murad por “combater corajosamente crimes de guerra e buscar justiça para as vítimas”, nomes que ficaram fora dos radares das bolsas de aposta. Atualmente, a ativista climática sueca Greta Thunberg lidera a maior parte das apostas, especialmente depois de voltar aos holofotes durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas, em setembro.
O líder indígena kaiapó Raoni Metuktire, ativista dos direitos dos povos originais da Amazônia, também tem sido especulado. Contaria a favor do possível candidato brasileiro seu ativismo em defesa dos direitos indígenas e o contexto do desmatamento e das queimadas desenfreadas na Amazônia, bem como a narrativa bélica de Jair Bolsonaro em relação às reservas indígenas e o próprio discurso do presidente na Assembleia Geral da ONU, no mês passado, que criticou Raoni nominalmente.
Outros nomes cotados como favoritos para receber o Nobel da Paz são o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que assinou um acordo de paz que pôs fim a 20 anos de conflito com a vizinha Eritréia, e da premier neozelandesa, Jacinda Ardern.
Ardern é celebrada por sua resposta eficiente e tolerante aos ataques contra duas mesquitas que deixaram 51 mortos na cidade de Christchurch, em março. A primeira-ministra tornou-se uma vocal defensora do veto a armas automáticas e semiautomáticas em seu país, medida foi aprovada no Congresso por 119 votos a um. A organização Repórteres sem Fronteiras, grupo que está na linha de frente da defesa à liberdade de expressão e da imprensa, também aparece entre os favoritos.
Desde 1901, o Nobel já premiou chefes de Estado, como Barack Obama (2011), Mikhail Gorbachev (1990) e Menachem Begin (1978), além de ativistas, a exemplo de Malala Yousafzai (2014), e organizações internacionais, como a União Europeia (2012) e as Nações Unidas (2001). O vencedor recebe, além de uma medalha de ouro, 9 milhões de coroas suecas, o equivalente a US$ 910 mil (R$ 3,7 milhões).
Desde a última segunda-feira, o Nobel já divulgou os laureados das categorias de Medicina, Física, Química e Literatura. Na próxima segunda-feira, será a vez de Economia.