Renata Bezerra / Folha de Pernambuco
Nas hostes socialistas, a carta assinada, no 31 de março, pelos presidenciáveis Ciro Gomes, Luiz Henrique Mandetta, João Doria, Eduardo Leite, João Amoedo e Luciano Huck rendeu a seguinte percepção: tirando o pedetista, que se ausentou no 2º turno em 2018, os demais, dizem integrantes do PSB, votaram no presidente Jair Bolsonaro. Essa leitura vem acompanhada da seguinte reflexão: “não nos cabe num palanque desse”. Tal projeção nacional tem reflexos na construção local e relação com os rumores de que o grupo dos Coelho poderia trilhar um caminho de volta para Frente Popular. Em conversas reservadas, integrantes do PSB sublinham que o senador Fernando Bezerra Coelho “na condição de líder do governo Bolsonaro, “não cabe numa chapa da Frente Popular”. Essa conta no ninho socialista se dá num cenário em que o ex-presidente Lula aparece reposicionado no páreo para 2022.
Em entrevista, na última sexta-feira, à emissora de televisão portuguesa RTP, Lula sinalizou que será candidato ao Planalto. Disse o seguinte: “Se eu estiver com saúde e for necessário cumprir mais uma tarefa, pode ficar certo que eu estarei na briga”. Uma polarização entre Lula e Bolsonaro é o que se projeta, hoje, no ninho socialista. E é esse contexto que reforça ser inviável uma recomposição com os Coelho, embora haja quem diga que, em várias cidades, “as bases do PSB e dos Coelho se gostam”. Prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, como a coluna registrara em fevereiro, já havia descartado essaa reconstrução. Nos últimos dias, Fernando Filho afirmou que uma aliança com o PSB “não está no nosso mapa do ponto de vista político e eleitoral” e lembrou “da posição que o senador ocupa hoje no governo do presidente Bolsonaro”. Nesse cenário, ainda que houvesse intenção dos dois lados de reaproximação, a variável Lula e a condição de FBC de líder do governo andam tornando essa tese uma inequação.