No primeiro dia de greve de professores, 55% das escolas da rede estadual não parou…

1304escolas

Apesar de os professores da rede estadual de ensino terem deflagrado greve geral por tempo indeterminado na última sexta-feira (10), o primeiro dia de paralisação na Região Metropolitana do Recife (RMR) foi parcial. Em algumas escolas, portões fechados e atividades suspensas. Já em outras, presença de alunos e aulas normais.

Conforme balanço divulgado no início da noite pela Secretaria Estadual de Educação, 55% das escolas, o equivalente a 574 unidades, não tiveram as atividades paralisadas. Ao todo, 239 (23%) pararam parcialmente, e 232 (22%), totalmente. O levantamento é referente às aulas do turno da manhã. Cerca de 650 mil estudantes são matriculados na rede.

Na Escola de Referência Nardônio Coelho, na Bomba do Hemetério, uma das visitadas pela reportagem da Folha de Pernambuco, um docente que preferiu não se identificar afirmou que 33% dos professores não vão suspender as atividades. Já na Escola Brigadeiro Eduardo Gomes, em Boa Viagem, a adesão, segundo a gestora da unidade, foi quase imperceptível.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe), muitos profissionais não aderiram ao movimento pelo fato de serem contratados, o que gera medo por conta da possibilidade de terem o vínculo rescindido. A categoria optou por cruzar os braços por ser contrária à aprovação do projeto de lei que regulamenta um reajuste salarial de 13,01% apenas para docentes com Ensino Médio, o que deixa de fora 90% da classe trabalhadora.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação afirmou que, diante da “confirmação da adesão à greve de apenas algumas escolas”, é importante que os pais e responsáveis entrem em contato com a unidade de ensino para saber se o local está sendo afetado pela paralisação antes de decidirem não enviar os filhos às aulas, já que, nesta segunda-feira, havia escolas com professores trabalhando, mas com poucos alunos presentes.

Sobre a paralisação, o Governo do Estado esclareceu que “recorre ao bom senso da parcela dos professores que estão em greve para que retomem as suas atividades nas escolas”, já que a “retomada da negociação só será realizada caso haja a suspensão da greve”. A gestão também informou sobre a publicação de uma portaria no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (14), através da qual determinará “a apuração da frequência dos servidores que não comparecerem” às unidades de trabalho e que haverá desconto das faltas na remuneração.

Outra medida da portaria determinará que “os servidores lotados nas escolas de referência que aderirem à paralisação poderão ser removidos para posterior localização em outra unidade de trabalho, sendo aberto processo para a substituição destes”, e que “os servidores contratados temporariamente que aderirem à paralisação poderão ter os seus contratos de trabalho rescindidos”. (Diário de Pernambuco)